Démis Almeida, que também é advogado, falava, esta sexta-feira, em entrevista à Inforpress, na qualidade de deputado, eleito pelo círculo eleitoral do Sal, nas listas do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) num balanço do ano de 2022.
Reiterando que o sector de segurança está num nível “muito mau”, disse que é “escandalosamente evidente” que o ministro da Administração Interna já não tem condições para continuar à frente deste ministério.
“Mas um primeiro-ministro que se recusa a exercer os seus poderes de coordenação, de refrescar, de facto, remodelar o seu Governo excessivamente obeso, pouco eficiente, que não tem conseguido dar respostas para os problemas que afectam negativamente a sociedade cabo-verdiana, de um modo geral”, disse.
Instado a pronunciar-se sobre as razões que o levam a afirmar que Paulo Rocha já não tem condições para estar à frente do Ministério da Administração Interna, Démis Almeida responde que os resultados das suas políticas apontam para isso.
“Um membro do Governo responsável por um determinado sector, evidentemente é avaliado pelos resultados das suas políticas. Estamos a falar de um ministro que está em funções há cerca de sete anos, ininterruptamente. Penso que na segunda República, se calhar é o ministro da Administração Interna que mais tempo está nestas funções. Com que resultados”, questionou.
“Se o trabalho que ele está a fazer no Governo, a nível da segurança interna, do combate à criminalidade, incivilidade, tem resultados maus, sucessivamente, não se nota melhorias significativas, se o essencial que é, efectivamente, garantir que os níveis de insegurança baixassem, sobretudo nos principais centros urbanos (…) se isso não está a acontecer, objectivamente temos que concluir que o desempenho do senhor ministro é mau”, insistiu.
Admitindo, no entanto, que existirão aspectos positivos na sua passagem pelo Governo, Démis Almeida compreende que por Paulo Rocha lá estar há muito é tempo de se refrescar a governação do País no que toca à Administração Interna.
“Das políticas para a paz social, para o combate à criminalidade, às incivilidades, e para uma efectiva segurança que garanta aos cabo-verdianos níveis de paz social, sossego, tranquilidade socialmente suportáveis. Isso não tem estado a acontecer… muito pelo contrário”, reiterou.
“Portanto, a avaliação só pode ser objectivamente negativa, por ser alguém que está no Governo há tanto tempo nesta matéria, com tão fraco desempenho. O nosso entendimento é que ele não tem as condições para continuar no Governo”, sustentou.