Em conferência de imprensa, hoje, na Cidade da Praia, o secretário-geral do MpD, Luís Carlos Silva, reavivou o dia 13 de Janeiro, que é um marco na história política de Cabo Verde por ter sido o dia em que se realizou as primeiras eleições livres e democráticas no País.
“13 de Janeiro é, indubitavelmente, um momento político que orgulha a todos, pelo seu contributo no esculpir da identidade cabo-verdiana, mas também pelo impacto que teve na percepção externa do País. Cabo Verde é hoje, segundo o Índice das Democracias 2021, uma democracia imperfeita, que ocupa a posição 32, num total de 167 países, com uma pontuação de 7.65, tendo como pontos mais fracos os indicadores de Participação Política e de Cultura Política e a melhor pontuação para o Processo Eleitoral e Pluralismo”, explanou.
O secretário-geral do MpD, chama atenção para o mundo democrático, que considera estar em “alarme”. Luís Carlos Silva apontou o Índice de Democracias daThe Economist Intelligence Unitda EIU, que diz que, em 2021, 45,7% da população mundial vivia em algum tipo de democracia, valor que caiu dos 49,4%, de 2020, destes apenas 6,4% residem em uma “Democracia plena”, quando em 2020 tínhamos 8,4%. Do outro lado, mais de um terço da população mundial (37,1%) vive sob um regime autoritário.
O deputado apontou ainda os dados da Freedom House, que assevera que “em todo o mundo, os “inimigos da democracia liberal”, uma forma de autogoverno na qual os direitos humanos são reconhecidos e todos os indivíduos têm direito a tratamento igual perante a lei, estão “acelerando” seus ataques.”
“É isto que nos leva à sequência de 16 anos consecutivos de declínio da liberdade global. Neste contexto, temos Cabo Verde, que é percebido pelo mundo como um exemplo de democracia, de Estado de Direito, (…) mas que também não é imune aos riscos globais que enfrentam as Democracias liberais, particularmente, com a ascensão no espaço público de um certo populismo que, como diz a Freedom House, “exploram as fragilidades dos sistemas democráticos, distorcendo a política nacional para promover o ódio, a violência e o poder desenfreado.”
O secretário-geral do MpD anunciou que para celebrar os ganhos que o 13 de Janeiro representa, a “Semana da liberdade” pretende procurar respostas que possam contribuir positivamente para melhorar a participação política e cultura democrática.
“Do leque das nossas actividades queremos destacar uma conferência internacional, a ter lugar no próximo dia 12, sendo o painel 1 referente ao “13 de Janeiro: a sua importância na construção do Estado de Direito, proferido pelo vice-presidente do MpD, Luís Filipe Tavares; 2 - As ameaças à democracia, proferido pelo Hugo Soares, secretário-geral do PSD e ex-Líder da Bancada Parlamentar do PSD Portugal”, avançou.
Luís Carlos Silva informou ainda que a conferência será moderada pela deputada Vanuza Barbosa e terá o encerramento a cargo do presidente do partido, Ulisses Correia e Silva.
Ainda nas actividades programadas para a Semana da Liberdade, consta a “caminhada da Liberdade”, no dia 14 de Janeiro, com saída a partir da Praça Center, as 6:30, com destino à Cidade Velha.
“Esta caminhada prevê a plantação de 32 árvores, simbolizando os 32 anos da Democracia”, acrescentou.