O chefe de Estado falava aos jornalistas depois de depositar uma coroa de flores no memorial Amílcar Cabral, sito no largo da Várzea, na Cidade da Praia, ritual que acontece todos os anos no dia 20 de Janeiro, data em que se assinala mais um aniversário da sua morte e Dia dos Heróis Nacionais.
José Maria Neves lembrou que ao longo da sua história, Cabo Verde viveu momentos de grande heroísmo e citou vários nomes de cabo-verdianos que “batalharam enormemente, com grande heroísmo”, por uma terra com “mais dignidade e mais justiça”, e para que os cabo-verdianos vivessem melhor, entre os quais Eugênio Tavares Loff de Vasconcelos, Pedro Cardoso e Abílio de Macedo.
“Tivemos os caridosos, os poetas, os escritores, mulheres e homens anónimos que conseguiram também com grande heroísmo dar voz a Cabo Verde e aos cabo-verdianos, exigindo mais e melhores condições de vida para todos os cabo-verdianos”, apontou.
“E Cabral… hoje 20 de Janeiro, dia em que ele foi assassinado na luta pela independência, por mais dignidade…Cabral acaba por sintetizar todo o espírito heroico de Cabo Verde. Então é bom podermos comemorar esse dia como um símbolo, porque hoje, para além do Dia dos Heróis Nacionais, é o dia da nacionalidade”, acrescentou.
Para José Maria Neves, simbolicamente, Cabo Verde renasceu com Cabral, enquanto comunidade política capaz de conduzir o seu próprio destino.
“Eu gostaria de apelar a todos as cabo-verdianas e a todos cabo-verdianos que efectivamente comemorássemos com muita dignidade este dia dos heróis nacionais e da nacionalidade”, disse.
Amílcar Cabral nasceu a 12 de Setembro de 1924 e o próximo ano será o centenário do seu nascimento.
O chefe de Estado cabo-verdiano considera que o país tem uma obrigação moral de fazer uma grande homenagem, para celebrar este momento que é a comemoração do centenário do seu nascimento.
“Neste momento, arrancam as actividades do centenário de nascimento de Amílcar Cabral e vemos que pelo mundo, universidades, centros de investigação, comunidades na diáspora estão a celebrar este momento grande, que é o comemoração do centenário do nascimentos de Amílcar Cabral”, indicou.
Amílcar Cabral é considerado um dos líderes africanos mais carismáticos, influentes e figura de destaque no continente africano.
Fundador do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), morreu depois de uma luta armada iniciada em 1962 contra o colonialismo português.
A 20 de Janeiro de 1973, Amílcar Cabral foi assassinado, em Conacri, numa altura em que travava uma luta armada contra o exército português, e 61 anos depois, permanece como uma figura central da história de África, em especial a de Cabo Verde e da Guiné-Bissau.