Esse posicionamento do partido que sustenta o Governo foi apresentado esta manhã pelo deputado Luís Carlos Silva na sequência da visita que os deputados do grupo parlamentar daquele partido para a região de Santiago Sul efectuaram ao cais de pesca da Praia, onde as peixeiras estão a contestar o acesso ao mercado de peixe de 20 para 120 escudos.
O deputado ventoinha explicou que a normalidade implica a retirada das diversas medidas introduzidas pelo Governo para suportar as famílias, os rendimentos e o emprego das pessoas.
“Aqui no cais de pesca temos particularmente, uma situação que foi introduzida no âmbito das medidas de pandemia, um subsídio para mitigar o impacto da pandemia. Este subsídio tinha a validade de um ano e expirou”, disse adiantando, entretanto, que o Governo e o MpD estão abertos a fazer as reavaliações necessárias, tendo em conta também a inflação.
“O MpD tem demonstrado disponibilidade para fazer as avaliações necessárias e aqui estamos em contacto com as pessoas e com o Governo e a abertura tem de existir para o diálogo e para perceber o impacto que o recuo da medida tem sobre as pessoas”, realçou.
No entanto, acusou o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), principal partido da oposição, de querer tirar proveito político desse recuo das medidas.
Reagindo às declarações do PAICV, segundo as quais “o Governo abandonou as pessoas, sobretudo as mais vulneráveis”, feitas no quadro da visita que também os deputados fizeram ao cais, Luís Carlos Silva sublinhou que o Governo sempre esteve desde início com as pessoas, quando o problema era grave, tendo introduzido medidas que protegeram as pessoas durante dois anos.
“O Governo tomou as medidas. Aqui foi uma medida que teve um impacto que foi desenhada para o momento específico. Se estamos a retornar à normalidade é normal que as medidas sejam retiradas…se o PAICV só hoje é que veio falar do assunto é porque o Governo actuou e bem durante muito tempo”, salientou.
De referir que na semana passada, pela voz da deputada Carla Lima, o PAICV considerou que a retirada desse subsídio é injusta no momento em que se fala de uma tripla crise.
“Não houve um momento de transição entre os dois montantes, em Janeiro pagavam 20 escudos, na placa continua o mesmo valor e agora não temos mais”, disse.
Por seu lado, o coordenador do Complexo do Cais de Pesca da Praia, Albertino Tavares, informou que o montante “sempre foi o mesmo”, ou seja, 20 escudos de acesso à porta de entrada e mais 100 escudos às instalações da lota.
Este responsável adiantou que com a pandemia o governo passou a subsidiar os 100 escudos que os operadores pagavam para ter acesso à lota, mas que o contrato terminou em Dezembro, pelo que a empresa se viu obrigada a reintroduzir a cobrança aos operadores.