Estas declarações foram feitas na declaração política do Grupo Parlamentar do MpD, proferida pelo deputado Alberto Melo, que considerou que o conflito institucional permanente, afugenta os investidores, porque cria desconfiança e insegurança jurídica.
“Desde o início do mandato, se percebeu que a governação do PAICV é pautada pela intransparência, pelo conflito. (…) As consecutivas trapalhadas do presidente da CMP são de extrema gravidade, desde logo, por se tratar da capital do país. A sua gestão caótica, a sua mentalidade autoritária, as reiteradas ilegalidades e o uso recorrente de falácias como arma política, são um sinal de alerta para os praienses”, reiterou.
Segundo o deputado, os primeiros três anos de governação municipal do PAICV demonstraram que a Praia “voltou para trás”, ao nível das diversas áreas que compreendem a governação da cidade. Alberto Melo sublinhou que “as poucas ou quase nenhuma intervenção que fizeram não conseguiram criar nos praienses um sentimento de autoestima e de confiança no futuro da cidade”.
“A realidade é que, hoje, a Praia é uma cidade menos cuidada, menos limpa, menos bonita, menos organizada. Uma cidade onde se nota que o ritmo de requalificação nos bairros parou no tempo. Menos espaços verdes e menos espaços públicos destinados aos munícipes. Menos infraestruturas e com menos diversidade na prática desportiva, menos dinâmica cultural, menor realização de eventos, menos participação activa de grupos e agentes culturais. Todos reconhecem que a Praia está diferente, para pior”, avaliou
Segundo Alberto Melo, o grande desafio da governação da cidade da Praia é resolver os problemas originados pelo rápido crescimento populacional da cidade, por causa da falta de planeamento.
“Infelizmente, com a governação do PAICV, não se conseguiu estancar a dinâmica própria desses problemas e inverter o caminho, para tornar a cidade num espaço com bons níveis de qualidade de vida, inclusiva, atractiva e competitiva do ponto de vista ambiental, económico e cultural”, disse.
Alberto Melo, sublinha que se a cidade da Praia entrar em “colapso económico e social”, os efeitos serão sentidos de forma imediata e intensa sobre todo o resto do país.
“Na verdade, governar com as pessoas, como condição para se ter um governo municipal para a cidadania, pressupõe o reconhecimento inequívoco da importância da cooperação entre o sector público e o privado, só possível se se criarem, ao nível municipal, espaços de concertação social permanente entre os actores presentes na área de jurisdição desta câmara.
MpD considera que a complexidade da governação da cidade, deriva do facto se ter que actuar, ao mesmo tempo, em várias dimensões, como a urbanização, saneamento, infraestruturas, transportes, a fim de se produzirem resultados que melhorem a qualidade de vida dos munícipes e a competitividade económica da cidade.
“É preciso sentido estratégico, persistência e perseverança para percorrer e consolidar o caminho traçado, comprometimento com o serviço público, criatividade e inovação, muito trabalho e responsabilidade individual e colectiva dos diversos actores que, diariamente, labutam, constroem e transformam a cidade. Exige, naturalmente, uma equipa governativa engajada e comprometida com a Praia, que trabalhe e produza muito e em pouco tempo, como tivemos o privilégio de mostrar durante o nosso mandato”, acrescentou.