“São ganhos, mas precisamos fazer mais e ainda há muitos desafios”, ressalvou a ministra, momentos antes de presidir a cerimónia de abertura de três curos, Eletromecânica, Bate-chapa e Pintura Auto e Horticultura, destinada a 74 reclusos da Cadeia Central da Praia.
Para a ministra, trata-se de mais um esforço do Governo na reinserção social dos reclusos, através da formação profissional para contribuir na redução da reincidência criminal.
“Pretendemos prepará-los para a vida fora das prisões”, apontou Joana Rosa, que anunciou a implementação do projecto de empregabilidade da mão-de-obra reclusa para garantir a formação profissional a todos os presos.
Esta ideia, segundo a ministra, precisa de um trabalho integrado, com psicólogos e assistentes sociais, realizado pós-cumprimento de pena, através de construção de diálogos com os empresários, para promover a integração no mercado de trabalho.
Joana Rosa considerou que é preciso eliminar o estigma de pós-cumprimento de pena na família, nas comunidades e nos empregos.
A formação, realizada em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e a Cooperação Japonesa, tem a duração de seis meses a um ano e é destinada a reclusos com idade compreendida entre 19 a 46 anos.
O administrador do IEFP, António Pedro Cardoso, considerou que esta formação vai proporcionar a esperança de um emprego digno e de uma vida melhor aos reclusos após o cumprimento de pena.
“É nossa missão proporcionar emprego digno, com remuneração e rendimento certo, e com previdência social”, frisou.
O responsável adiantou que o IEFP está a trabalhar com os agentes socias, a classe empresarial e as forças vivas da sociedade para ajudar na diminuição de estereótipos criados à volta da população carcerária.
O Plano Nacional de Reinserção Social para o período de 2022-2026 definiu como um dos objetivos, o trabalho de reabilitação e reintegração social da população reclusa, elencando um conjunto de eixos estratégicos de intervenção para a fase pós cumprimento de pena.
A capacitação profissional, de acordo com o Governo, é um pilar fundamental na reinserção dos reclusos no meio social e laboral, visando a redução do índice de reincidência criminal.