De acordo com a notícia veiculada no jornal “A Nação”, Cabo Verde vai retirar a sua candidatura a membro do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas por falta de apoio de países árabes e africanos, que não gostaram do seu posicionamento em relação à guerra entre Israel e o Hamas.
“Isso não corresponde à verdade. Nós temos um calendário e dissemos que íamos apresentar a nossa candidatura para o Conselho de Direitos Humanos e que em primeiro teríamos que criar as bases”, garantiu a governante, que falava aos jornalistas à margem do encontro que manteve esta manhã com a sua homóloga santomense, que efectua uma visita de quatro dias a Cabo Verde.
Segundo disse a ministra, para concorrer a este cargo, a candidatura cabo-verdiana terá de ser endossada pela União Africana, e que já há países que estão a terminar o mandato.
“Há uma prática dos países fazerem dois mandatos e quando formos ver, dois países que estão no primeiro mandato, dissemos que vamos avançar com a nossa candidatura, mas no pressuposto de haver desistência desses países. Não havendo desistência vamos apoiar a presença desses países e apresentar a nossa candidatura no próximo ano”, explicou.
A governante, que negou qualquer ligação entre a candidatura cabo-verdiana e o contexto mundial, muito menos com o posicionamento do país em relação a determinadas situações, alegando tratar-se de “especulações”.
Tendo em conta que Cabo Verde é tido como um país de boas práticas do ponto de vista dos direitos humanos, considerou que esta experiência pode ser partilhada com a comunidade internacional, principalmente na sub-região africana.
“Não há desistência. Estamos a gerir um processo e quando chegar o mês de Outubro, e não havendo possibilidades de Cabo Verde apresentar a sua candidatura, por razões que eu já expliquei, estaremos a fazer a preparação para apresentação de candidatura em 2025”, sublinhou.
Na ocasião, a ministra negou ainda que a detenção e extradição de Alex Saab para as autoridades dos Estados Unidos tenha prejudicado a imagem de Cabo Verde lá fora.
Em Março de 2023, a governante, que participava na 52ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça, anunciou que Cabo Verde vai candidatar-se à Comissão de Direitos Humanos para o mandato 2025-2027, garantindo tratar-se de uma candidatura que se enquadra no perfil do país.