A governante falava em declarações à imprensa no acto de celebração do 17.º aniversário da UIF sob o signo “17 Anos de Inteligência Financeira: parceria e compromisso”, na cidade da Praia.
Segundo Joana Rosa, o percurso da UIF tem sido satisfatório, contudo com os diversos desafios que se impõem ao país, as exigências devem ser acauteladas em função do desenvolvimento das ilhas.
Conforme defendeu, deve haver o reforço dos mecanismos internos de combate à lavagem de capitais, dotar a UIF de recursos humanos qualificados, equipamentos actualizados, com o rastreamento das movimentações bancárias suspeitas e outras actividades ilícitas que resultam na deturpação da concorrência no mercado financeiro.
Segundo a ministra, os crimes financeiros minam as instituições e o próprio mercado financeiro, daí que, enalteceu, são diversas as entidades internacionais que têm mostrado interesse em apoiar Cabo Verde, como as Nações Unidas, o Banco Mundial e os países Estados Unidos da América e Inglaterra.
“O que nós estamos a prever, agora, é repensar o figurino da UIF hoje, se poderá ou não ser reconfigurada para uma agência de inteligência financeira”, adiantou, acrescentando que esta transformação contribui na ampliação de competências em matéria de cibercrime e criminalidade transnacional.
Joana Rosa avançou ainda que o país está a trabalhar tendo em conta a nova avaliação do Grupo de Avaliação Financeira (GAFI), com a criação de mecanismos internos de reforço institucional da UIF, o funcionamento da Comissão Interministerial e a criação de células dentro do Ministério Público responsáveis pela investigação em matéria de lavagem de capitais e crimes financeiros.
“Por detrás da lavagem de capitais há sempre um crime associado a tráfico de drogas, de seres humanos, corrupção, fraude, portanto a criminalidade transnacional acaba por ser a fonte de financiamento à própria lavagem, razão pela qual também nós temos de trabalhar conjuntamente a nível da cooperação regional e internacional”, justificou.
“Já temos o Observatório de Tráfico de Pessoas a funcionar. Isso tudo trabalhando numa lógica dentro do próprio sector da Justiça, mas com várias estruturas internas e não só, que acabam por ter responsabilidade em trabalhar estas temáticas”, completou.