“É imperativo que continuemos a fortalecer as nossas relações com parceiros tradicionais, ao mesmo tempo que exploramos novas oportunidades de cooperação com países emergentes e organizações internacionais. A promoção de um ambiente de investimento atractivo, a inovação tecnológica e a capacitação dos nossos recursos humanos são elementos-chave para elevar Cabo Verde a novos patamares no cenário global”, declarou o ministro durante a abertura do debate parlamentar.
No seu discurso, José Filomeno Monteiro ressaltou a posição geográfica privilegiada de Cabo Verde, que permite ao arquipélago actuar como um elo entre África, Europa e Américas.
“Embora tenhamos limitações significativas em termos territoriais e de recursos naturais, a nossa localização estratégica oferece-nos oportunidades únicas, mas também desafios consideráveis”, apontou.
Como exemplo de desafio, frisou que, ao longo da história, Cabo Verde tem superado a ausência de recursos endógenos mediante uma política externa assente nos princípios de paz, estabilidade e cooperação.
Este modelo, prosseguiu, tem assegurado ao país importantes fluxos de apoio para promover o desenvolvimento sustentável.
Apesar dos avanços, o ministro reconheceu que o país enfrenta desafios como a vulnerabilidade económica, a dependência de importações e os impactos das mudanças climáticas. Para superar estas dificuldades, defendeu uma abordagem integrada e colaborativa com parceiros internacionais.
“A diáspora cabo-verdiana desempenha um papel crucial nas nossas relações externas, funcionando como uma ponte vital para o intercâmbio cultural e económico”, disse.
Nesse sentido, para o fortalecimento das relações externas do país, José Filomeno Monteiro apresentou três dimensões que considera essenciais.
A primeira é a integração regional em que, conforme argumentou, enquanto membro da CEDEAO, Cabo Verde deve reforçar a sua presença nos debates regionais em áreas como o comércio, a segurança e a mobilidade, equilibrando a sua identidade insular com as oportunidades da integração.
A segunda dimensão são as parcerias bilaterais e multilaterais com países como Portugal, Estados Unidos, China e instituições como as Nações Unidas e o Banco Mundial.
Já a terceira dimensão é a nível da diplomacia para o desenvolvimento sustentável.
“Num mundo cada vez mais globalizado e interconectado, as relações exteriores de Cabo Verde são cruciais para o nosso desenvolvimento e para a nossa inserção no cenário internacional”, concluiu.