Declarações feitas durante uma conferência de imprensa sobre VII Cimeira Cabo Verde – Portugal.
Segundo o ministro, esta cimeira permitirá abordar questões essenciais como o comércio, o investimento, o turismo e o desenvolvimento sustentável.
“Estamos a falar de sectores estratégicos que compõem as nossas relações actuais, como as energias renováveis, as infraestruturas e a economia azul”, afirmou.
O ministro apontou ainda a presença de uma delegação governamental robusta de ambos os lados, envolvendo vários ministros e estruturas, o que, nas suas palavras, “demonstra o empenho político e a relevância desta cimeira”.
Sobre a relação entre os dois países, o governante frisou que a mesma vai além das dinâmicas políticas conjunturais.
“Portugal tem sido o nosso principal parceiro, não só a nível bilateral, mas também na promoção dos nossos interesses no quadro da parceria especial com a União Europeia. As nossas relações são alicerçadas na história, em afinidades civilizacionais e no afeto profundo entre os nossos povos”, declarou.
Mobilidade e integração regional em foco
Entre os temas a discutir durante a cimeira, José Filomeno Monteiro ressalvou a mobilidade e a integração regional, questões que considera de suprema importância para Cabo Verde.
Sobre a mobilidade, o ministro explicou que os instrumentos têm sido aprimorados, permitindo um aumento significativo na concessão de vistos e simplificando os procedimentos.
“Hoje, a mobilidade entre Cabo Verde e a União Europeia é mais fácil e regular. As dificuldades actuais decorrem do aumento da procura, reflexo dos sucessos alcançados”, afirmou.
Relativamente à integração regional, reforçou a visão de Cabo Verde como uma plataforma de facilitação entre continentes.
“O nosso objectivo é posicionar Cabo Verde como uma placa giratória, com infraestruturas, estabilidade, democracia e capacidade de acolher empresas e expatriados, promovendo a conectividade entre a CEDEAO, a Europa e a América Latina”, declarou.
Para ilustrar este papel estratégico, o ministro comparou Cabo Verde a exemplos como Hong Kong e Singapura, que desempenharam papéis semelhantes em contextos globais.
A questão da dívida e outras prioridades
Questionado sobre a possibilidade de se discutir a dívida de Cabo Verde a Portugal durante a cimeira, apontou que as questões financeiras fazem parte do diálogo bilateral e são avaliadas no contexto das prioridades e necessidades de ambos os países.
Após a cimeira, a delegação cabo-verdiana seguirá para Bruxelas, onde participará na 13.ª reunião do diálogo político a nível ministerial com a União Europeia.
Entre os tópicos em agenda, o MNE salientou o pacote Global Gateway, avaliado em 319 milhões de euros, que beneficiará vários sectores estratégicos em Cabo Verde.
“Estamos esperançosos que esta cimeira trará boas notícias para o povo cabo-verdiano que a vontade política já manifestada por ambos os lados resulte num reforço do nosso relacionamento para um patamar ainda mais elevado”, concluiu.
Os Chefes de Governo de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, e da República Portuguesa, Luís Montenegro, copresidirão à VII Cimeira Cabo Verde – Portugal, marcada para o dia 28 de janeiro de 2025, no Palácio das Necessidades, em Lisboa, Portugal.
Esta cimeira, que contará com importantes delegações ministeriais, visa reforçar a cooperação em todas as áreas governativas e definir as principais linhas de aprofundamento para os próximos dois anos. Durante o encontro, serão assinados vários instrumentos bilaterais, protocolos e outros acordos de cooperação.