Encerrando o debate parlamentar, sobre o Orçamento de Estado para 2026, Clóvis Silva considerou que o executivo “já não tem energia nem confiança para continuar a governar”, e que o Orçamento “marca o fim de um ciclo governativo que o povo cabo-verdiano já não quer prolongar”.
“Chegamos ao fim de um ciclo cansado e esgotado. Este não é o orçamento de um Governo que quer transformar o país, é o de um Governo que apenas tenta chegar às eleições”, declarou Clóvis Silva.
O parlamentar criticou o Governo por apresentar metas “irrealistas”, apontando a arrecadação fiscal prevista de 24,6 por cento (%) do PIB em 2026 como “ficção orçamental”, e acusou o executivo de “subestimar a crise económica e social que o país enfrenta”.
“As projecções do Banco de Cabo Verde contradizem o próprio Governo. As receitas não vão subir, o PIB não vai crescer 6,0%, e a inflação não vai cair. O Governo já não acredita nos seus próprios números”, observou.
Clóvis Silva acusou ainda o executivo de transformar o Estado “num aparelho pesado e ineficiente”, destacando o aumento das despesas com pessoal e o corte de 39% no investimento público.
“O Governo está a endividar-se não para investir, mas para sobreviver. Este é um Estado que consome tudo em salários e juros, e deixa o país sem obras estruturantes”, afirmou, acrescentando que a introdução do IVA nas actividades médicas “tornará a saúde mais cara para todos”.
O dirigente do PAICV considerou que o documento “não responde aos desafios climáticos nem à coesão territorial”, apontando que apenas 1,7% do orçamento é destinado à acção climática.
“Este é um orçamento de um futuro adiado. O Governo abandonou as ilhas mais vulneráveis e falhou na modernização do Estado”, reforçou.
Concluindo, Clóvis Silva afirmou que o PAICV “está pronto para governar”, defendendo a “reconstrução do Estado” e políticas públicas voltadas para o emprego, a justiça social e a conectividade entre as ilhas.
“O nosso compromisso não é com a sobrevivência política do Governo, é com o futuro dos cabo-verdianos. A hora da mudança é agora”, concluiu.
A proposta de Orçamento de Estado para 2026 ascende a 95,7 mil milhões de escudos, cerca de 870 milhões de euros. A nível macroeconómico, o documento prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 6,0% e uma inflação em torno de 1,6%.
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