“É um orçamento que tem menos um milhão de contos relativamente ao de 2025. Ora, reduzir o orçamento, com tantos problemas que temos neste país, não é bom sinal”, afirmou António Monteiro, durante o discurso de encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2026.
O deputado da UniãoCabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) questionou ainda as prioridades do Governo, ao considerar que o documento “trabalha apenas para aqueles que estão com eles”, referindo-se ao aumento salarial previsto apenas para os 20 mil funcionários da função pública.
“Esquecem-se dos 200 mil que trabalham noutros sectores e que também precisam de um sinal do Estado”, criticou.
Apesar das reservas, Monteiro reconheceu “um aspecto importante” no documento: a manutenção do crescimento económico.
“O crescimento de 6% é bom e a inflação a 1,6% também é positiva”, afirmou, ressalvando, porém, que esses indicadores “não têm impacto real na vida das pessoas mais velhas que passaram anos a trabalhar e hoje recebem apenas 5.880 escudos”.
O líder da UCID apelou ao Governo para cumprir o compromisso assumido durante o debate e aumentar as pensões mínimas.
“Esperamos que na especialidade seja possível atingir, pelo menos, oito mil escudos para essas pessoas que trabalharam toda a vida e merecem sentir que também fazem parte deste Cabo Verde”, concluiu.
A proposta de Orçamento de Estado para 2026 ascende a 95,7 milhões de contos, cerca de 870 milhões de euros. A nível macroeconómico, o documento prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 6% e uma inflação em torno de 1,6%.
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