Abraão Vicente, que falava em conferência de imprensa sobre a realização da Feira do Artesanato e Design de Cabo Verde (URDI 2019), disse que pretendem implementar esta medida por uma questão de credibilização de Cabo Verde como destino turístico.
Isto porque, segundo explicou, o artesanato vendido pelos cidadãos da costa ocidental africana nas ruas das ilhas turísticas “não é o melhor da região, não tem a qualidade do artesanato que Cabo Verde quer vender e mostrar como país”.
“É responsabilidade da Polícia Nacional e das polícias municipais (que todas as câmaras municipais podem criar), ajudar o Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design (CNAD), como instituição responsável pelo artesanato, a fazer este trabalho de fiscalização”, explicou Abraão Vicente, que disse que vai fazer “questão de pressionar as instituições policiais” para fazer este trabalho junto das localidades.
Segundo o governante, o processo de regulamentação vai “trazer um quadro exacto do que é e o que não é o artesanato cabo-verdiano”. O mesmo defendeu que com a certificação do artesanato e com o Manual do Artesão, que será lançado na edição da URDI 2019, o artesanato cabo-verdiano vai ganhar espaço.
O lançamento do Manual do Artesão, concretizou, vai devolver à sociedade um conjunto de práticas esmiuçando e detalhando um processo criativo.
Com isso, segundo Abraão Vicente, será alcançada uma nova fase da sustentabilidade em que as instituições passam a ter capacidade de ensinar, com metodologias próprias, e de formar a próxima geração de artesãos com garantia de que serão profissionais certificados e capazes de criar os seus negócios.
O ministro informou que a ideia que o Ministério da Cultura quer passar é que o artesanato pode ser uma profissão a tempo inteiro, tendo em conta os números de turistas que entram em Cabo Verde.
“Tendo em conta os números de turistas que entram em Cabo Verde justifica ter um sector totalmente profissionalizado, quanto mais não seja nas duas ilhas que são tipicamente turísticas e que recebem metade de quase um milhão de turistas”, observou.
Ademais, sustentou, os estudos de micro economia nos países de África do sector do turismo mostraram que a venda do artesanato pode ter mais rendimento mensal e anual do que uma profissão com o ensino superior.
Este ano, segundo o director do CNAD, Irlando Ferreira, a feira URDI 2019, que acontece de 27 de Novembro a 01 de Dezembro, em São Vicente, terá como convidados os municípios da Boa Vista e do Maio. Também chegarão pessoas da área de Angola, Bélgica, Brasil, Espanha, Portugal e Guiné-Bissau.
O URDI, que este ano decorre sob o tema Música – Poéticas Visuais, renderá uma homenagem ao mestre Baptista, pelo seu papel “fundamental” na construção de instrumentos de corda.