Os lançamentos de livros que estavam agendados foram todos cancelados e não se sabe até quando é que se pode voltar ao normal. Em Cabo Verde, com o estado de emergência, todos os serviços foram encerrados, excepto os que prestam serviços de primeira necessidade.
Além da apresentação de livros, as conversa, os debates e os workshops que aconteciam nas livrarias foram também adiados até segundas ordens, para evitar que a COVID-19 se espalhe e contamine mais pessoas.
Alguns escritores têm procurado as redes sociais para interagir com os seus leitores e para as suas obras, como é o caso da escritora Natacha Magalhães, que tem levado histórias infantis aos mais pequenos, através da sua página da rede social, o Facebook.
O escritor Germano Almeida, por exemplo, colocou o seu mais recente livro no mercado, “O Último Mugido”, mas cancelou a apresentação pública da obra. O livro está à venda numa livraria em São Vicente que faz a sua entrega ao domicílio.
Como Germano Almeida, muitos outros escritores tiveram que cancelar a apresentação público das suas obras, sem previsão de quando é que serão mostradas aos leitores nem como será a sua apresentação. Depois dessa pandemia nada será como dantes. Por agora os lançamentos podem ser através das redes socias, o que não é a mesma coisa, mas não resta outra opção.
Este poderia ser um momento para se procurar mais livros porque com o isolamento há mais tempos para ler, para se dedicar mais à leitura e adquirir mais conhecimentos.
A livraria Semente em São Vicente informa que tem estado a abrir as portas das 17h00 às 19h00, para fornecer os livros encomendados ou para possibilitar a compra a algum cliente. A livraria faz a divulgação das novidades nas redes sociais para, assim, continuar a venda das suas obras.
Na cidade da Praia, o Nhô Eugénio Livraria optou pelo encerramento por tempo indeterminado, alegando razões de segurança. E a Livraria Pedro Cardoso, por seu lado, por suspender todos os seus eventos.
“Na sequência das medidas adoptadas pelo Governo de Cabo Verde para evitar a entrada e propagação da Covid-19 no país, nomeadamente, a realização de eventos públicos que reúnam número significativo de participantes, em espaços abertos ou fechados, a Livraria Pedro Cardoso torna público que cancelou todos os eventos programados para este mês de Março. Esta decisão manterá até ao levantamento das restrições impostas pelas autoridades nacionais”, indicou a livraria na sua página na rede social, Facebook.
Em Portugal, por exemplo, a ministra da Cultura, Graça Fonseca defendeu que as livrarias podiam ficar abertas durante o estado de emergência para venderem os livros à porta.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 962 de 6 de Maio de 2020.