Segundo o director do CNAD, o projecto arquitectónico nasce daquilo que são as aspirações para o futuro. Irlando Ferreira destaca três elementos: o projecto arquitectónico, a curadoria e a identidade visual.
“Em primeiro lugar, o projecto arquitectónico, que amplia e restaura o edifício antigo e cria um edifício completamente novo. Tivemos um trabalho fundamental a nível da curadoria, que parte do acervo do CNAD, e fizemos um trabalho que vai pegar na criação cabo-verdiana, lá na sua origem até aos dias de hoje. Também tivemos essa preocupação de trabalhar uma identidade visual completamente nova e que fizesse um discurso abrangente, tendo em conta todas as vertentes do CNAD”, explica.
A fachada metálica colorida, conforme Irlando Ferreira, nasceu a partir do diálogo entre Vasco Martins e os arquitectos responsáveis pelo projecto, que se traduziu na criação de uma partitura musical.
“Ou seja, as cores que estão patentes na fachada não estão aleatórias, é uma partitura musical composta pelo Vasco Martins. Transforma a nossa forma de ver esse diálogo entre a música e as artes visuais, porque codificar a música, ao mesmo tempo trazendo uma linguagem plástica, é o que dá corpo e sentido ao CNAD”, destaca.
De acordo com Irlando Ferreira, os diferentes espaços que compõem o edifício têm como propósito “homenagear e reconhecer o trabalho feito pelos fundadores do CNAD até aos dias de hoje”.
Para o ministro da Cultura, Abraão Vicente, que esteve presente na apresentação, a reabilitação do CNAD é a “grande obra” do mandato anterior e uma celebração da cultura e identidade cabo-verdianas.
“Este centro não é novo, é a continuidade de um processo pós-independência, representa a continuidade de um trabalho de gerações. Todo este trabalho colectivo, de várias gerações, irá dar no acto inaugural alguma simbologia à própria cidade”, sublinha.
As obras de reabilitação e ampliação do CNAD arrancaram em Fevereiro de 2019, inicialmente com a duração de 12 meses. Financiado pelo governo, o projecto inicial estava estimado em cerca de 58 mil contos.
O investimento, segundo Abrão Vicente, que indica que as contas serão fechadas com a inauguração, deverá fixar-se acima dos 120 mil contos, referentes à construção e implementação do projecto.
Com as novas obras e novas funcionalidades, o antigo edifício do CNAD passará a ser o espaço museológico Manuel Figueira. O mesmo local albergará um café e uma loja de artesanato. O pátio será multiuso. O novo edifício, formado por vários pisos, terá galerias e um centro de investigação.