Segundo os dados publicados hoje pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), em termos absolutos, no segundo trimestre de 2018 registaram-se movimentos totais de 307.206 toneladas de cargas, correspondendo a 306.211 toneladas de cargas a menos em relação ao igual período do ano 2017.
No mesmo sentido, a movimentação de cargas embarcadas e desembarcadas diminuiu 69% e 36,6%, respectivamente, em relação a igual período do ano 2017. Em termos absolutos, no período em análise, registaram- se, nos aeroportos e aeródromos movimentos de 78.131 toneladas de cargas embarcadas (174.042 toneladas a menos que em igual período 2017) e 229.075 toneladas de cargas desembarcadas (132.169 toneladas a menos do que em igual período 2017).
A situação reflecte as preocupações que os empresários têm estado a levantar, concretamente sobre as dificuldades no transporte de carga aérea. Aliás, o presidente da Câmara de Comércio de Barlavento, Belarmino Lucas, tem estado sistematicamente a alertar sobre o problema.
Numa última declaração sobre o tema, à edição impressa do jornal Expresso das Ilhas, de 4 de Julho, o representante dos empresários da região norte do país alertava para a “situação grave” por que passam os empresários devido ao “bloqueamento” no transporte de carga aérea.
“Há um problema grave, neste momento, de carga aérea. O escoamento dos produtos em direcção ao exterior é outro problema, produtos que antes faziam esse percurso por carga aérea estão agora bloqueados porque a TACV, que fazia a maior parte desse escoamento e com maior capacidade em comparação com a TAP e a preço mais baixo, deixou de voar de São Vicente para fora do país”, explicava.
A mesma coisa acontece no mercado interno. Belarmino Lucas explicou, na altura, que “a Binter não consegue dar resposta porque não tem capacidade de carga e com isso ficamos com este bebé nas mãos”.
“As empresas têm tentado desenrascar-se, o transporte marítimo tem servido de paliativo em algumas situações, mas não serve para todos os casos”, realçou.
Tráfego aéreo aumenta 1,8% no segundo trimestre de 2018
No segundo trimestre deste ano, mais de 592 mil passageiros passaram pelos aeroportos e aeródromos nacionais, um aumento de 5,6% relativamente a igual período de 2017.
Os dados do INE mostram que, no segundo trimestre deste ano, o tráfego de aeronaves nos aeroportos e aeródromos nacionais aumentou 1,8% no segundo trimestre de 2018, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Segundo o INE, no período em questão, registaram-se 7.958 movimentos de aeronaves, enquanto os números de aterragens e de descolagens de aeronaves aumentaram 1,8% e 1,9%, respectivamente.
Em termos absolutos, no período em análise registaram-se 592.506 passageiros movimentados nos aeroportos e aeródromos de Cabo Verde, 31.349 a mais do que em igual período de 2017.
Ao mesmo tempo registaram-se nos aeroportos e aeródromos de Cabo Verde 3.977 movimentos de aterragens e 3.981 movimentos de descolagens, correspondendo a 70 aterragens e 74 descolagens de aeronaves a mais, comparativamente ao mesmo período do ano de 2017, respectivamente.
A nível dos transportes marítimos, segundo o INE, o tráfego de navios aumentou 10,4%, o número de passageiros movimentados cresceu 25,5%, a tonelagem de mercadorias movimentadas aumentou 7,7%, e o número de contentores de 20 pés movimentados sofreu um aumento 20,5%, em relação ao mesmo período do ano de 2017.
Em relação aos transportes colectivos urbanos regulares de passageiros por meio de autocarros, no segundo trimestre de 2018, o número de autocarros aumentou 12,7%, o número de passageiros transportados cresceu 8,5%, o número de quilómetros percorridos aumentou 35,9%, o número de horas trabalhadas também subiu 16,7%. O índice de passageiros transportados por quilómetros nos diversos percursos diminuiu 17,8% e o número de lugares oferecidos pelos autocarros em serviço cresceu 9,0%, em relação ao mesmo período do ano de 2017.