Os dados, citados pela Lusa, constam da informação institucional preparada no âmbito da venda, a emigrantes, de 74.650 acções (cerca de 7,65% do capital social) na posse do Estado cabo-verdiano da antiga empresa Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), entretanto transformada em Cabo Verde Airlines (CVA) e maioritariamente vendida (51%) aos islandeses da Icelandair.
De acordo com os mesmos dados, a administração da CVA prevê facturar mais de 9.015 milhões de escudos em 2019, valor que deverá subir para 23.473 milhões de escudos em 2020 e para mais de 46.450 milhões de escudos em 2023.
A previsão da companhia para o EBIDTA (resultado líquido de impostos e que serve para aferir a competitividade e eficiência de uma empresa) ainda é negativo para 2019, em 3.485 milhões de escudos. Contudo, a partir de 2020, a previsão é que chegue a valores positivos, começando em 914 milhões de escudos e até 3.491 milhões de escudos, em 2023.
Os dados disponibilizados aos investidores reflectem ainda a facturação da empresa no primeiro semestre de 2019, que passou de 439.181 dólares na primeira semana do ano para mais de 1,6 milhões de dólares na última semana de Junho.
A Lusa noticiou na terça-feira que o Governo cabo-verdiano espera encaixar quase um milhão de euros com a venda de 7,65% das acções da antiga companhia aérea estatal junto da diáspora, processo que arrancou no dia 30 de Setembro.
De acordo com o anúncio feito pelo vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, a venda das 74.650 acções da antiga TACV, cada uma a um preço unitário de 1.457 escudos, vai decorrer até 16 de Dezembro de 2019.
No total, com este pacote de acções, equivalente a 7,65% da estrutura accionista, o Governo cabo-verdiano espera arrecadar até 108.765.050 escudos.
“Com isto, o Governo está a cumprir com mais esta importante etapa no processo de privatização da TACV”, afirmou Olavo Correia.
“Certamente a venda à diáspora também o será. A nossa diáspora sempre teve um papel importante no trajecto de Cabo Verde. Merece esta oportunidade”, afirmou o governante.
O processo faz parte da reestruturação da antiga TACV, em que a primeira iniciativa foi a venda de 51% das acções da empresa aos islandeses da Icelandair, passando a chamar-se Cabo Verde Airlines.
O Estado de Cabo Verde passou a deter 49% das ações, e optou por vender 10% aos trabalhadores e aos emigrantes cabo-verdianos, num total de 100 mil acções, e os restantes 39% a investidores institucionais (390 mil acções).
Um total de 91 trabalhadores da antiga transportadora aérea pública cabo-verdiana tornaram-se accionistas da empresa, numa operação que aconteceu pela primeira vez, enquadrada no processo de reestruturação da agora privada Cabo Verde Airlines.
Segundo o anúncio feito em 20 de Setembro, em conferência de imprensa realizada na cidade da Praia, pelo secretário de Estado das Finanças cabo-verdiano, Gilberto Barros, a venda das acções aos trabalhadores da CVA foi iniciada a 01 de Julho e concluída a 01 de Setembro.
Segundo o governante, a venda directa aos 91 trabalhadores foi feita através da Bolsa de Valores de Cabo Verde, num total de 25.350 acções – equivalente a 2,65% do total -, a um preço de 1.457 escudos cada (13 euros), sendo que os trabalhadores tiveram direito a um desconto de 15% em cada acção.
O encaixe financeiro para o Estado foi de 31,4 milhões de escudos, contabilizou Gilberto Barros, indicando que o número de trabalhadores que adquiriram acções corresponde a menos de 30% do total dos cerca de 320 funcionários.
Até ao final do ano garantiu que serão vendidos os 39% de acções do capital social da empresa aos investidores institucionais, num processo em que neste momento a procura é muito superior a oferta, pelo que vai ser realizado por meio de leilão competitivo.