O pior da crise económica e social em Cabo Verde “está para vir” – vice-PM

PorExpresso das Ilhas, Lusa,30 jul 2020 15:30

O vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, avisou hoje que o pior das consequências económicas e sociais da pandemia de COVID-19 ainda “está para vir”, com a crise a prolongar-se pelo menos até Junho do próximo ano.

“Em função da evolução da situação epidemiológica, a situação pode complicar-se ainda mais. Eu até acho em como, de acordo com os nossos dados e as nossas previsões, o cenário mais difícil está para vir, ainda estamos no início da gestão económica e social desta pandemia”, disse Olavo Correia, numa das intervenções no parlamento, que desde quarta-feira discute a proposta de lei de Orçamento do Estado rectificativo para este ano.

Face às consequências da pandemia, o Governo já antecipa para o arquipélago a maior crise económica do arquipélago desde a independência, há 45 anos. Com 25% do Produto Interno Bruto dependente do turismo, Cabo Verde está encerrado a voos internacionais desde 19 de Março, os quais serão retomados progressivamente apenas a partir da segunda quinzena de Agosto.

“A partir do mês de Setembro de 2020 até Junho de 2021 teremos momentos complicadíssimos que não tem nada a ver com o momento inicial, falando particularmente da gestão económica e social desta pandemia”, advertiu Olavo Correia, descrevendo que Cabo Verde enfrenta um “quadro de restrição excepcional”.

Os votos da maioria parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD), partido no poder em Cabo Verde, deverão aprovar nesta sessão parlamentar (que decorre até sexta-feira) a proposta de lei do Orçamento do Estado Rectificativo de 2020.

O Governo (MpD) garante que o financiamento do novo Orçamento é feito com cortes em áreas não prioritárias, mas, sobretudo, com endividamento público, que deverá disparar de 118% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 para mais de 145% este ano, além de um défice das contas públicas histórico, estimado, de 11,4%. Contudo, sem aumento de impostos ou cortes nos salários dos funcionários públicos.

A proposta levada à última sessão ordinária do ano parlamentar ascende a 75.084.978.510 escudos, entre despesas e receitas, incluindo endividamento. Representa um aumento de 2,6% na dotação do Orçamento ainda em vigor, com o Governo a prever uma recessão económica que poderá oscilar entre os 6,8% e os 8,5%, e uma taxa de desemprego de quase 20% até final do ano.

Cabo Verde conta com um acumulado de 2.418 casos de COVID-19 desde 19 de Março, com 23 óbitos.

A pandemia de COVID-19 já provocou mais de 666 mil mortos e infectou mais de 17 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,30 jul 2020 15:30

Editado porSara Almeida  em  14 mai 2021 23:21

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