Segundo Chiliatto, este processo insere-se na prática comum da instituição, que a cada quatro a seis anos renova os seus quadros de cooperação com os países membros. A fase inicial consiste no aprofundamento de diagnósticos para identificar com precisão os principais desafios do desenvolvimento nacional e, a partir daí, em diálogo com o Governo, definir as áreas estratégicas de intervenção.
“Estamos ainda na fase de elaboração. A primeira etapa é compreender exactamente os desafios de desenvolvimento de Cabo Verde e, em articulação com as autoridades nacionais, identificar os sectores prioritários. Esse é um trabalho para o futuro próximo”, sublinhou.
Durante a visita, que abrangeu as ilhas do Sal, São Vicente, Santo Antão e Santiago, a delegação pode acompanhar projectos financiados pelo Banco Mundial em áreas como infraestruturas, saúde, capital humano e recuperação de meios de vida. No Sal, destacou-se o apoio ao aeroporto, estradas e ao pontão; em São Vicente, o foco foi a resposta às recentes chuvas intensas que afectaram duramente a população.
Chiliatto realçou que Cabo Verde tem sabido gerir com eficácia os apoios disponíveis, inclusive em contextos de crise. Recordou que o país já tinha previamente aprovado um instrumento de resposta a desastres, o que permitiu o desembolso imediato de 10 milhões de dólares após as enxurradas em São Vicente. “Foi uma medida inteligente. Graças a esse mecanismo, em menos de 48 horas os recursos foram disponibilizados para a emergência. Agora o desafio é a reconstrução: refazer casas, mercados, tanques de aquacultura e outros meios de vida”, afirmou, deixando uma mensagem de solidariedade às famílias afectadas.
Em termos de prioridades, Chiliatto destacou sectores já identificados como centrais no desenvolvimento do arquipélago, incluindo o turismo, a economia azul, a saúde e a valorização do capital humano, sempre com a infraestrutura como suporte essencial. “O Banco Mundial é parceiro do Governo de Cabo Verde, que lidera a sua própria estratégia de desenvolvimento. O nosso papel é apoiar com financiamento, experiência e conhecimento, tanto na resposta a emergências como na construção de alternativas económicas sustentáveis”, reforçou.
O director executivo assinalou ainda o bom desempenho de Cabo Verde na execução dos projectos financiados pelo Banco Mundial, colocando o país acima da média em comparação com outros Estados membros. “Cabo Verde responde rápido. Isso foi visível na gestão da recente catástrofe natural, mas também na execução regular dos projectos. É um exemplo positivo dentro do Grupo Banco Mundial”, destacou.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1241 de 10 de Setembro de 2025.