"Banco Mundial e tecnologia são cruciais para erradicar fome no mundo"

PorExpresso das Ilhas, Lusa,13 out 2018 8:59

 António Guterres
António Guterres

O secretário-geral da ONU disse hoje em Bali, Indonésia, que a tecnologia e o Banco Mundial são cruciais para erradicar a fome que continua a crescer no mundo, em especial em África e na América do Sul.

"Estamos hoje a viver um paradoxo: observamos o crescimento da economia a nível global, um decréscimo da pobreza, mas a fome continua a aumentar", afirmou António Guterres numa conferência em Bali, no âmbito dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

O líder da ONU descreveu como "crucial a colaboração estabelecida com o Banco Mundial", para assegurar fundos, bem como uma crescente introdução da tecnologia para garantir uma resposta cada vez mais rápida.

"Temos de ter a capacidade para detectar, agir rapidamente e de criar resiliência" nos países e nas zonas afectadas, "sendo importante sublinhar que estes casos nunca têm a ver com a falta de alimentos, mas de outras situações como é o caso de conflitos", explicou Guterres.

"A tecnologia, hoje, é crucial, na prevenção e detecção precoce dos casos", acrescentou, uma posição secundada pelo presidente do Banco Mundial, ao lembrar que "quando se age rapidamente os custos para erradicar a fome descem cerca de 30%".

O número de pessoas subnutridas aumentou de 804 milhões em 2016 para cerca de 821 milhões em 2017.

O relatório 'Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo em 2018', divulgado em Setembro, revela que o mundo regressou a níveis registados há uma década.

Segundo a pesquisa, sem mais esforços urgentes, a comunidade internacional não vai cumprir o objectivo de erradicar a fome até 2030.

De acordo com o relatório, a situação está a piorar na América do Sul e em algumas regiões de África e a tendência de descida na Ásia também está a desacelerar de forma significativa.

Aquando da divulgação dos resultados, a ONU citava na sua página da Internet a especialista em segurança alimentar e nutrição da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, que descrevia como difícil a situação nos países lusófonos.

"A prevalência de subalimentação, que é o indicador de fome (...), aponta para quadros piores em Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste. Nesses países, é estimado que entre 24% e 30% da população pode estar sem acesso à energia alimentar suficiente para uma vida sã e activa", referiu Anna Kepple.

Entre o biénio 2004--2006 e o biénio 2015--2017, a percentagem de pessoas subnutridas em Moçambique passou de 7,7 milhões para 8,8 milhões. Na Guiné-Bissau, subiu de 300 mil pessoas para 500 mil, segundo a ONU.

Já em Angola a situação melhorou, depois de passar de 10,7 para 6,9 milhões, e o mesmo se passou no Brasil, descendo de 8,6 milhões para 5,2 milhões, enquanto que em São Tomé e Príncipe e em Cabo Verde a situação manteve-se, com menos de 100 mil pessoas subnutridas nos dois países.

Finalmente, em Portugal, os números também se mantiveram inalterados, com menos de 300 mil pessoas afectadas por subnutrição.

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,13 out 2018 8:59

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  4 jul 2019 23:22

pub.

pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.