Líbano queixa-se na ONU de ataques israelitas contra jornalistas

PorExpresso das Ilhas, Lusa,28 out 2024 14:19

O Líbano apresentou hoje uma queixa ao Conselho de Segurança das Nações Unidas contra os bombardeamentos israelitas contra jornalistas, na sequência da morte de três repórteres num ataque na sexta-feira no sul do país.

"Os repetidos ataques israelitas contra os meios de comunicação social constituem um crime de guerra", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros libanês num comunicado publicado nas redes sociais.

A diplomacia libanesa exigiu que as autoridades israelitas sejam responsabilizadas e punidas pelos ataques contra jornalistas.

Um ataque israelita matou três jornalistas na sexta-feira no sudeste do Líbano, segundo as autoridades libanesas.

O ministro da Informação libanês, Ziad Makari, acusou Israel de ter esperado que os profissionais "fizessem uma pausa durante a noite para os apanhar a dormir".

O exército israelita disse ainda na sexta-feira que tinha atacado "uma estrutura militar do Hezbollah" e que recebeu a informação, poucas horas depois, de que tinham sido atingidos jornalistas, pelo que estava a analisar o ataque.

Segundo o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), pelo menos 128 jornalistas foram mortos na guerra de Israel contra o grupo palestiniano Hamas em Gaza e na ofensiva israelita contra o Hezbollah libanês no Líbano.

A diplomacia libanesa considerou no comunicado divulgado hoje que tais ataques "minam os fundamentos do jornalismo livre, o mais importante dos quais é melhorar a segurança dos jornalistas e o livre fluxo de informação".

Para o Governo de Beirute, trata-se de "uma tentativa de intimidar os jornalistas que trabalham para cobrir a agressão de Israel contra o Líbano".

O Líbano pediu, assim, que os Estados membros do Conselho de Segurança da ONU "tomem medidas efetivas para conseguir um cessar-fogo imediato", segundo a agência espanhola EFE.

Trata-se de "pôr termo aos contínuos ataques israelitas contra o Líbano e o seu povo, incluindo civis, jornalistas e médicos", no contexto das suas "flagrantes violações do direito internacional", argumentou.

Israel desencadeou uma nova invasão do Líbano após semanas de bombardeamentos e ataques contra o país, incluindo a explosão coordenada de milhares de aparelhos de comunicação, na sequência de mais de 11 meses de combates com o Hezbollah na zona fronteiriça.

O Governo libanês calculou que os ataques israelitas iniciados em 08 de Outubro de 2023 provocaram cerca de 2.700 mortos e cerca de 12.500 feridos.

O Hezbollah começou a bombardear o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas, que enfrenta uma ofensiva militar de Telavive em Gaza desde que atacou solo israelita em 07 de Outubro.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,28 out 2024 14:19

Editado porAndre Amaral  em  21 nov 2024 12:20

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