"Os repetidos ataques israelitas contra os meios de comunicação social constituem um crime de guerra", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros libanês num comunicado publicado nas redes sociais.
A diplomacia libanesa exigiu que as autoridades israelitas sejam responsabilizadas e punidas pelos ataques contra jornalistas.
Um ataque israelita matou três jornalistas na sexta-feira no sudeste do Líbano, segundo as autoridades libanesas.
O ministro da Informação libanês, Ziad Makari, acusou Israel de ter esperado que os profissionais "fizessem uma pausa durante a noite para os apanhar a dormir".
O exército israelita disse ainda na sexta-feira que tinha atacado "uma estrutura militar do Hezbollah" e que recebeu a informação, poucas horas depois, de que tinham sido atingidos jornalistas, pelo que estava a analisar o ataque.
Segundo o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), pelo menos 128 jornalistas foram mortos na guerra de Israel contra o grupo palestiniano Hamas em Gaza e na ofensiva israelita contra o Hezbollah libanês no Líbano.
A diplomacia libanesa considerou no comunicado divulgado hoje que tais ataques "minam os fundamentos do jornalismo livre, o mais importante dos quais é melhorar a segurança dos jornalistas e o livre fluxo de informação".
Para o Governo de Beirute, trata-se de "uma tentativa de intimidar os jornalistas que trabalham para cobrir a agressão de Israel contra o Líbano".
O Líbano pediu, assim, que os Estados membros do Conselho de Segurança da ONU "tomem medidas efetivas para conseguir um cessar-fogo imediato", segundo a agência espanhola EFE.
Trata-se de "pôr termo aos contínuos ataques israelitas contra o Líbano e o seu povo, incluindo civis, jornalistas e médicos", no contexto das suas "flagrantes violações do direito internacional", argumentou.
Israel desencadeou uma nova invasão do Líbano após semanas de bombardeamentos e ataques contra o país, incluindo a explosão coordenada de milhares de aparelhos de comunicação, na sequência de mais de 11 meses de combates com o Hezbollah na zona fronteiriça.
O Governo libanês calculou que os ataques israelitas iniciados em 08 de Outubro de 2023 provocaram cerca de 2.700 mortos e cerca de 12.500 feridos.
O Hezbollah começou a bombardear o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas, que enfrenta uma ofensiva militar de Telavive em Gaza desde que atacou solo israelita em 07 de Outubro.