Dirigindo-se directamente ao primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, o presidente da União dos Sindicatos de São Vicente, em conferencia de imprensa hoje, no Mindelo, lembra que não há democracia sem organizações sindicais.
“Se a moda pega, senhor primeiro-ministro, então estamos tramados. Os sindicalistas estão tramados, a organização sindical está tramada e a democracia está tramada. Isto é gravíssimo. Começa pelos dirigentes sindicais da administração pública que dependem do Estado, depois terá efeitos no privado. Os delegados sindicais no sector privado também poderão vir a ser despedidos”, alerta.
“Portanto, devemos analisar bem determinadas situações porque a liberdade sindical é um bem da democracia e devemos todos trabalhar no sentido da sua preservação", defende.
Sobre os processos disciplinares instaurados aos agentes da Polícia Nacional, Eduardo Fortes condena “veemente” a atitude do Governo que, segundo diz, fragilizam as organizações sindicais, amedrontam dirigentes e delegados sindicais e desincentivam aqueles que queiram abraçar a nobre causa sindical.
O responsável lembra que o direito à greve está constitucionalmente consagrado e regulamentado no Código Laboral.
“O desrespeito desse direito, para além de ser um atentado a Constituição da República e ao Código Laboral, de igual modo uma violação as normas fundamentais da Organização Internacional do Trabalho”, realça.
A organização sindical da ilha do Monte Cara manifesta apoio e solidariedade ao Sindicato Nacional da Polícia e a todos os agentes da Polícia Nacional face às medidas consideradas abusivas e unilaterais. Eduardo Fortes pede a intervenção do Presidente da República.
“Apelamos a intervenção do senhor Presidente da República como guardião da Constituição. Ele tem um papel fundamental nisso e acho que ele deverá agir no sentido de tentar quebrar qualquer intenção de silenciamento”, apela.
Sobre os processos disciplinares, o SINAPOL já entregou no Supremo Tribunal de Justiça um recurso a pedir a sua anulação. Entretanto marcou uma nova greve, desta vez de seis dias, de 26 a 31 de Julho.
Entre outros pontos, os agentes reclamam a actualização dos salários e a redução da carga horária para 41 horas semanais com efeitos a partir de 01 de Janeiro de 2019.
Também o STIF, SISCAP, SICOTHUR, SLTSA e STM já manifestaram solidariedade e manifestaram apoio ao SINAPOL em qualquer forma de luta que adopte.