O compromisso, anunciado esta quinta-feira, foi alcançado depois de um seminário de três dias organizado pelo escritório regional para a África da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Mbabane, reino de Esuatíni, que abordou o acesso a vacinas seguras e acessíveis em países de rendimento médio, onde a cobertura está a diminuir.
O encontro reuniu funcionários dos ministérios da Saúde e das Finanças, responsáveis de aquisições, responsáveis de vacinação e membros das autoridades reguladoras para as vacinas e medicamentos dos nove estados.
Argélia, Botsuana, Cabo Verde, Reino de Esuatíni, Gabão, Maurícias, Namíbia, São Tomé e Príncipe e Seychelles concordaram, para já, em avançar com análises de mercado coordenadas, partilhar informações sobre fornecedores e monitorizar conjuntamente o preço das vacinas.
Neste contexto, foi aprovada a criação de uma plataforma comunitária 'online' para troca de informações, bem como o uso das plataformas da União Africana, das comunidades económicas regionais e do Grupo Parlamentar Pan-Africano “para um envolvimento político de alto nível que eleve o perfil da vacinação".
No futuro, o objetivo é desenvolver um processo de aquisições comum, segundo avançou o Escritório Regional da OMS para África, em comunicado.
"Ao coordenar a aquisição informada de vacinas, esses países conseguirão uma maior estabilidade no fornecimento de vacinas, além de um maior poder negocial para conseguir preços mais baixos", acrescenta-se no documento.
Devido ao seu estatuto de rendimento médio, estes países não são elegíveis para o apoio financeiro à vacinação da Aliança das Vacinas (GAVI), muitos estão em transição de programas de vacinação apoiados por doadores para programas financiados a nível nacional e com problemas no acesso a vacinas por causa de recursos financeiros limitados.
“A aquisição conjunta de vacinas é um passo importante para aumentar a cobertura de vacinação nesses países e em toda a região africana”, sustentou a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti.
Para Matshidiso Moeti, é preciso "trabalhar em conjunto para melhorar o fornecimento de vacinas" e "tornar a cobertura universal de vacinação numa realidade”.
Apesar do progresso na redução da morbidade e da mortalidade por doenças evitáveis pela vacinação, cerca de 8,5 milhões de crianças na região africana ainda não recebem todas as vacinas necessárias.