“O desempenho de Cabo Verde, ao abrigo do Instrumento de Coordenação de Políticas, foi forte”, lê-se na nota de imprensa que acompanha a divulgação da decisão, que ainda não abrange as alterações decorrentes da pandemia da COVID-19.
“O impacto da pandemia na economia global e nos fluxos de turismo vai ter um efeito adverso na economia de Cabo Verde em 2020, sendo necessária uma resposta política e um apoio coordenado dos parceiros de desenvolvimento”, escreve o FMI.
O programa de apoio político foi aprovado pelo Fundo em 15 de Julho do ano passado, e teve como objectivo apoiar as autoridades cabo-verdianas a reformarem a economia, nomeadamente reestruturando as empresas públicas, colocando a dívida pública numa trajectória de sustentabilidade e melhorando a moldura da política monetária e continuando a acumular reservas.
“O desempenho ao abrigo do programa tem sido forte; todas as metas foram cumpridas, com algumas medidas colocadas em prática antes do calendário; e no final de Setembro do ano passado as metas quantitativas foram todas cumpridas, com excepção do limite de receitas fiscais, falhando por uma escassa margem devido a impostos mais baixos que o previsto no comércio internacional”, lê-se no comunicado que acompanha o anúncio da decisão sobre a primeira fase do programa.
O desempenho económico, acrescenta o FMI, foi também “impressionante”, com um crescimento económico robusto de 6% até Setembro de 2019, e com uma estimativa de 5,5% para o resto do ano, havendo vários resultados positivos nas finanças públicas que, “em conjunto com o crescimento robusto, fizeram o rácio da dívida pública face ao PIB descer de 125,9% em 2017 para uns estimados 123% no final de 2019”.
Para este ano, “as perspectivas económicas são ensombradas pelo esperado impacto da COVID-19”, que vão afectar o turismo, o investimento directo estrangeiro e as remessas, mas o FMI conclui que, ainda assim, “as perspectivas a médio prazo continuam positivas, embora os riscos pendam para o negativo”.