“Temos previsto ter, até 20 de Maio, mais de 2,6 milhões de máscaras cirúrgicas. Depois há máscaras profissionais e toda essa quantidade vai estar cada vez mais disponível para determinadas e diferentes finalidades”, afirmou o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
O governante, que falava à margem de uma visita à Confecções Alves Monteiro, fábrica que passará também a produzir máscaras comunitárias, na cidade da Praia, explicou que esse ‘stock’ de máscaras cirúrgicas será utilizado por profissionais de saúde, mas também polícias, militares e elementos da protecção civil.
Trata-se de um número quase cinco vezes superior à população do arquipélago, que ronda os 550 mil habitantes.
“Nós não só estamos a receber donativos, como estamos a comprar”, acrescentou o primeiro-ministro, sobre essas máscaras.
O concelho da Praia registou hoje mais 11 casos confirmados da doença provocada pelo novo coronavírus, totalizando já 124 dos 186 contabilizados em todo o país. Além de Santiago, a ilha da Boa Vista, com 56 casos da doença, também permanece em estado de emergência, até às 24h00 de 14 de Maio.
Com ou sem estado de emergência – as restantes sete ilhas habitadas deixaram progressivamente esse estado, mas continuam com várias restrições, desde logo a suspensão de todas as ligações interilhas -, o uso de máscara passou a ser obrigatório em todo o país, como medida de protecção social, no atendimento ao público em empresas estatais e privadas.
“A máscara vai passar a ser uma peça de indumentária. Assim como vestimos todos os dias camisa, calças, vamos ter também a máscara como uma peça de vestuário, para proteção individual, de cada um e dos outros”, afirmou Ulisses Correia e Silva, durante a visita à fábrica da Confecções Alves Monteiro, uma das indústrias locais certificada para a produção de máscaras comunitárias.
De acordo com a gerente da fábrica, Jael Alves Monteiro, a adaptação da mais antiga fábrica de confecções da Praia foi concluída na semana passada, estando já a produzir 6.000 máscaras comunitárias por dia. Desde terça-feira, as duas máquinas em operação numa área de 2.400 metros quadrados já produziram 36.000 máscaras comunitárias, que serão vendidas a um preço máximo de 170 escudos por unidade.
“A partir desta semana vamos começar a distribuição, em todo o país. Ainda pode sofrer alguma alteração, mas não será mais do que isso”, garantiu a gerente da Confecções Alves Monteiro, dando conta que o processo de certificação da unidade também já foi concluído.
A fábrica já tinha produzido nos últimos dias máscaras e lençóis para os hospitais, a pedido do Ministério da Saúde, neste caso com um nível de exigências de segurança superior.
Recordando a criação, em Abril, de um quadro legal favorável a esta produção local, com incentivos e isenções fiscais, para baixar o preço de venda, o chefe do Governo garantiu, no final da visita, que a capacidade de produção de máscaras em Cabo Verde está a evoluir a “bom ritmo”.
O governante acrescentou que sendo agora de uso obrigatório, o Estado vai fornecer máscaras, gratuitamente, às populações mais carenciadas.
“Vai fazer parte quase da cesta básica, para as famílias carenciadas que estão identificadas no cadastro social único e também para pessoas cuja idade seja superior a 65 anos e que tenham algum problema de saúde crónico”, reafirmou Ulisses Correia e Silva.