Em nota de imprensa, o executivo reagia assim às declarações feitas pelo deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), João do Carmo, que questionou, na sexta-feira, como é possível o Estado pagar 400 contos/dia para um navio que “estranhamente é certificado somente para viajar entre São Vicente e Santo Antão”.
“O Estado de Cabo Verde não paga o afretamento do Navio Chiquinho, o mesmo é afretado pela Cabo Verde Interilhas, empresa privada nacional, que assume todos os encargos inerentes ao mesmo”, assegurou o Ministério da Economia Marítima, acrescentando que, através da Cabo Verde Fast Ferry, o Estado recebe da empresa concessionária o valor de afretamento de três navios (Kriola, Liberdadi e Praia D’Aguada).
No que se refere à afetação do navio Chiquinho BL à linha São Vicente – Santo Antão, segundo a mesma fonte, está relacionada com o facto desta ser a “maior linha do mercado nacional” com “70% dos passageiros e 80% das viaturas transportadas no país”.
“O navio, com as suas características (76 metros) e capacidade (430 passageiros e 72 viaturas ligeiras) constitui a opção mais adequada”, declarou o Ministério da Economia Marítima, reiterando ser essa a solução adoptada é a “mais eficiente onde o país e a sua população sai a ganhar”.
As “preocupações” do PAICV para com a segurança do navio Chquinho BL, que faz a carreira regular São Vicente/Santo Antão/São Vicente, prende-se ainda, conforme João do Carmo, com o facto de o navio operar com a rampa de proa e não ter uma porta estanque de segurança depois da rampa de proa.
Um assunto que já mereceu as reaçções do Instituto Marítimo e Portuário (IMP) e dos deputados do Movimento para a Democracia (MpD, Governo).
O IMP esclareceu hoje, em nota, que a rampa de proa do navio Chiquinho BL fica estanque quando fechada, e que por ser um navio não-SOLAS, engajado em viagens domésticas, “não tem a obrigatoriedade” de possuir uma porta-estanque.
Em conferência de imprensa, os deputados do MpD consideraram, por seu lado, que os adversários do PAICV “repescaram o dossiê” navio Chiquinho BL, um “não-assunto”, negligenciando outras “matérias importantes” para a ilha, “com intenção de prejudicar o Governo”.