Jorge Carlos Fonseca fez esta afirmação na sessão de abertura da conferência alusiva ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que se celebra hoje, 3 de Maio. Esta conferência, que decorre na cidade da Praia, é realizada pela Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) e tem como tema “Jornalismo em tempos de pandemia”.
Para o Chefe do Estado, um dos aspectos que se deve ressaltar neste contexto é o empenho e a consciência, por parte dos jornalistas, sobre o momento que se vive, mas também do papel de ‘parceiro’ que toda a comunicação social assume, directa ou indirectamente, numa crise sanitária destas proporções.
“A tudo a que a pandemia obrigou, como a adaptação e a busca de formas alternativas de cobertura e do desempenho do trabalho, a classe ainda se viu também como elemento fundamental neste combate, isto é, o seu papel de veículo da informação oficial das medidas sanitárias adoptadas, o que lhe terá dado mais espaço e visibilidade na sociedade”, ressalta.
Jorge Carlos Fonseca mostrou-se curioso em saber como é funciona o jornalista enquanto mediador e divulgador da informação, enquanto ‘parceiro’ das autoridades sanitárias, e o exercício do questionamento quanto a práticas ou abordagens insuficientes ou falhadas, "se for o caso, ou críticas, por parte dos cidadãos, respeitantes ao melhoramento de actuações no terreno, ou seja, o seu papel na divulgação da informação importante, mas ao mesmo tempo de ‘fiscal’ da eficácia dessas mesmas normas".
“São questões que se tornam pertinentes no momento em que a função e o papel do jornalista parece, felizmente, reassumir a importância que merece na sociedade, pelo menos neste momento de uma busca pela informação séria e responsável, contribuindo para a ‘normalização’ necessária e combater a sua ‘secundarização’ ou ‘subalternização’ ou sua tentativa, por parte de alguns, que revelam dificuldades de convivência com o seu trabalho, num regime livre e democrático”, frisa.
O Presidente da República sublinha que verificou que há uma espécie de baixar da guarda e de convivência natural com a situação, extensível a todos, jornalistas inclusive. “As próprias notícias têm outro impacto”, afirma, reconhecendo que não é possível manter os graus de alerta e mobilização a níveis altos durante muito tempo”.
O Chefe do Estado apelou ainda maior atenção dos jornalistas, no sentido continuar o trabalho de informar e de manter esta preocupação no topo das agendas.