A presidente da CNDHC, diz que a pesquisa permite perceber que alguns grupos, sobretudo os mais vulneráveis, têm dificuldade em aceder a serviços de saúde de qualidade.
"E aqui nós falamos de pessoas mais pobres, de pessoas com deficiência, de idosos, a comunidade imigrante que também, pelo facto de os que não têm a sua situação regularizada impede-lhes de ter acesso a protecção social, e portanto, não conseguem usufruir dos medicamentos com o apoio social, e portanto, situações também que reportam uma necessidade de uma intervenção de todos os intervenientes", explica.
O estudo também fez a avaliação do exercício da cidadania em saúde, em Cabo Verde, comparando os períodos antes e durante a pandemia.
Zaida Morais de Freitas diz que houve um esforço do governo nas questões relacionadas com a pandemia e alguma dificuldade em trabalhar da melhor forma as outras questões de saúde.
''Relativamente à saúde em si, a maior preocupação tem a ver também com a necessidade de termos uma comunicação mais direccionada para públicos alvos diferentes, porque a resolução desta crise ela passa muito pelo exercício da cidadania, e aí nós até entendemos que, se o cidadão se calhar tivesse uma melhor literacia em saúde, ou seja, tivesse competências para melhor lidar com as questões relacionadas com a sua saúde, os autocuidados, e a saúde dos outros, e ter uma postura mais participativa na definição e implementação das politicas públicas da saúde, talvez tivesse sido mais fácil resolvermos esta questão da pandemia " explica.
O estudo sobre Exercício da Cidadania em Saúde em Cabo Verde teve como finalidade fazer um diagnóstico da efectivação do direito à saúde, avaliar o nível de satisfação dos cidadãos relativamente à qualidade dos serviços de saúde e apresentar recomendações sobre medidas e políticas públicas a adoptar.
Para a elaboração do estudo, a Comissão Nacional para os Direitos Humanos e a Cidadania contou com o financiamento das Nações Unidas. A pesquisa foi feita por um grupo de investigadores da Universidade de Santiago.