A deputada do PAICV diz que a implementação "massiva" do Cadastro Social Único, nos últimos meses, deve-se ao período eleitoral.
“Ou seja, às portas das eleições, o que demonstra que efectivamente o povo foi abandonado à sua sorte, durante 5 anos para nas vésperas, das eleições, o governo vir condicionar a sua liberdade de voto, com um programa concebido desde 2018, ou seja, 3 anos antes. Com esta postura do governo, ficou claro que a melhoria das condições de vida das pessoas não lhe interessa, na medida em que, se interessasse, certamente o Cadastro Social Único seria implementado muito antes, sobretudo com a propagação do COVID-19”, explica.
Carla Carvalho diz ainda que o Ulisses Correia e Silva e o seu partido, o MpD, abandonaram as famílias cabo-verdianas mais vulneráveis, quando estas mais precisavam. E que não tem estado a cumprir com as suas promessas.
“O compromisso, com o Cadastro Social Único era o de atribuir cinco mil subsídios de inclusão por ano e vinte e cinco mil durante o mandato. Houve um falhanço total no cumprimento desta promessa, ou melhor deste compromisso. Regista-se, ainda, grande incapacidade na organização do Cadastro Social Único, num processo de comunicação pouco claro, com indicadores desajustados à nossa realidade. Esta desorganização provocou uma grande injustiça, deixando de fora aqueles que realmente necessitam e favorecendo outros por mera simpatia partidária” realça.
Carla Carvalho, avançou ainda que Cabo Verde regista 175.844 pessoas a viver na pobreza – ou seja, com menos de 258 escudos por dia. Destes, 72.874 vivem em pobreza absoluta, ou seja, com menos de 177 escudos por dia, o equivalente a 13,1% da população. São essas pessoas que o governo quer condicionar com apoios pontuais, utilizando o erário público, como se fosse um favor do Estado, acusou a deputada do PAICV.