“Nós reconhecemos o direito à greve e à manifestação, mas é preciso desdramatizar, por um lado, mas, por outro, apelar ao bom senso, ao equilíbrio para que não haja instrumentalização da greve e da manifestação", disse o ministro.
Na quinta-feira, o presidente do Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (Sindep), Jorge Cardoso, anunciou uma greve de professores nas ilhas de Santo Antão e São Vicente e uma manifestação na ilha de Santiago, para o dia 01 de Fevereiro, exigindo a resolução de várias pendências.
Em reacção hoje, à margem do lançamento das obras de construção do novo liceu da Várzea, o ministro da Educação disse que reconhece o direito à greve e manifestação, dois direitos consagrados no país, mas entendeu que é preciso “desdramatizar um pouco” e ter “razoabilidade”.
Amadeu Cruz deu conta que o seu ministério tem estado em “diálogo sincero, aberto e construtivo” com os sindicatos, e ainda hoje vai receber o presidente do Sindep.
“Temos assumido os compromissos todos e temos procurado honrar os compromissos”, garantiu, chamando atenção para o “contexto muito difícil” em que o país vive devido à pandemia da covid-19, com redução das receitas do Estado.
“Temos que ter esta consciência de que não é possível de uma assentada resolver todas as pendências acumuladas desde 2008. É preciso irmos paulatinamente resolvendo”, prometeu Amadeu Cruz.
Entre as pendências reclamadas pelo maior sindicato dos professores de Cabo Verde estão as reclassificações dos últimos seis anos, congelamento de carreiras, reajuste salarial, transição na carreira, cumprimento do estatuto do pessoal docente.
Sobre essas reivindicações, o ministro pediu aos professores para “aguentarem um pouco”, garantindo que o Governo e o seu ministério estão comprometidos em encontrar soluções para resolver as pendências até 2023.
Amadeu Cruz recordou que o Governo tem resolvido pendências dos professores de 2008 a 2017, como reclassificações, atribuição de subsídio por não redução da carga horária, integração no quadro.
“Temos estado a resolver os problemas, agora é preciso ter a noção do país em que vivemos”, sustentou o titular da Educação em Cabo Verde, pedindo igualmente “solidariedade nacional” aos professores, que, disse, têm tido uma “paciência enorme”.
Até agora, avançou, o Governo resolver pendências acumuladas, beneficiando cerca de 7 mil professores, num investimento de cerca de 730 milhões de escudos por ano, contabilizando que seriam necessários 400 milhões de escudos para resolver tudo no imediato.