Gilberto Silva lembra que, em 2020 e 2021, o governo, dentro do quadro de mitigação da pandemia, adoptou medidas de compensação aos importadores, estabelecendo limite de preços, mas agora não é possível manter estas medidas.
“Estas medidas como eu disse não são sustentáveis. Não se pode, continuadamente, manter medidas compensatórias e é por isso que têm que ser descontinuadas e deixar o mercado funcionar. Quando o mercado funciona aumenta o valor dos factores de produção, aumenta também o valor dos produtos e dos produtos finais juntos dos consumidores, e os consumidores pagam mais. Mas eu devo aqui dizer que isto está a acontecer em todos os países do mundo, não é uma situação que está a acontecer apenas em Cabo Verde”, explica.
Gilberto Silva refere que a actual situação de subida de preços acontece em todos os países do mundo, devido às incertezas causadas pela pandemia de COVID-19 e crescentes ameaças às perspectivas de produção, causadas pelas secas.
Sobre o aumento do preço do pão, o ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro, refere que o Governo está à procura de soluções “e também garantir a sustentabilidade da indústria de panificação. Na lei do mercado não há proibição de que preços (do pão) sejam actualizados. A proibição é da concertação para fixação de preços, que possam falsear as regras da concorrência, ou seja, preços especulativos. E neste sentido as entidades fiscalizadoras estão e continuarão atentas para intervir lá onde for ou houver necessidade ”, avança.
As padarias da cidade da Praia têm praticado preços diferenciados na venda de pão e de outros produtos derivados de farinha de trigo, tendo algumas optado pelo aumento dos preços.
A razão dessa subida de preços, segundo os proprietários, tem a ver com o facto de um saco de 50 kg da farinha de trigo ter aumentado de 2.340 escudos para 2.840 escudos (mais 500 escudos), o que representa um aumento de 19 por cento (%).