Informação avançada à imprensa pela presidente do sindicato, Lígia Herbert, após uma reunião com o ministro da Educação, Amadeu Cruz.
A líder sindical enfatizou que o ponto central da discórdia com o Ministério da Educação é a questão da equiparação e actualização salarial.
Herbert ressaltou que a proposta de 89 mil foi imediatamente repudiada pelo Sindprof, argumentando que esse valor é inadequado.
"Nós voltamos a repisar a questão dos 107.471 escudos e fizemos uma contraproposta, que é do 107.471, ou, quiçá, mais, conforme a lei de base do sistema que virá depois. 2024, 16%, 2025, 10, mais 10, com as devidas promoções que os professores têm direito", afirmou.
A líder sindical também criticou a forma faseada da proposta de aumento salarial, argumentando que 89 mil é um valor reduzido, considerando as responsabilidades e a importância do trabalho dos professores, que a luta não é apenas por questões salariais, mas sim pela dignidade da classe.
"Que não se brinque com os professores. O professor é a dignidade, o professor é mudança na sociedade, o professor é o leme e a costela dorsal de um país", declarou.
Herbert assegurou que a greve por tempo indeterminado permanece, mas ressaltou que nenhum professor é obrigado a aderir.
Por seu turno, o ministro da Educação, Amadeu Cruz, disse estar aberto para o diálogo e a busca por entendimentos que atendam às expectativas dos profissionais da educação.
"Em primeiro lugar, respeitamos a posição de todos os sindicatos, a abertura para o diálogo de todos os sindicatos e há um princípio de que podemos chegar a entendimento com alguns dos sindicatos. Provavelmente não será possível com todos os sindicatos, mas estamos a trabalhar no sentido da criação de bases com os sindicatos para podermos de facto atender as reais e legítimas expectativas dos professores", garantiu.
O governante ressaltou o compromisso em actualizar os salários dos professores segundo as expectativas da categoria, mas também considerando as reais possibilidades do país. Conforme mencionou, o Governo está actualmente trabalhando na revisão do estatuto da carreira docente e na actualização do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos professores.
"O primeiro interessado na valorização e na defesa dos professores é o próprio Ministro da Educação. E, portanto, faremos de tudo para defender os reais interesses. Em função também das disponibilidades do país", assegurou.
Nesse sentido, o ministro abordou as pendências já resolvidas, como a reclassificação dos professores, e destacou os compromissos em andamento, como a transição de professores e a resolução de questões relacionadas aos subsídios.
No entanto, ressaltou a dificuldade de atender à proposta de aumento de 36%, argumentando que o país não tem recursos suficientes para suportar tal impacto orçamental.
"Infelizmente, o país não produz riquezas suficientes para acomodar um aumento salarial desta grandeza. Que tem um impacto orçamental de 2,3 milhões de contos no mínimo", explicou Cruz.