​Bombeiros de São Vicente ameaçam com greve por altura do Festival da Baía das Gatas

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,8 jul 2024 14:23

Os Bombeiros Municipais de São Vicente ameaçam partir para a greve, em Agosto, durante o Festival Internacional de Música da Baía das Gatas. É mais um protesto contra a não contratação de mais 12 efectivos, bloqueio das promoções desde 2012 e não implementação do novo Plano de Carreiras, Funções e Remunerações, como acordado em Dezembro com a Câmara Municipal, disse hoje o SIACSA.

O anúncio foi feito, esta manhã, por Heidy Ganeto, coordenador local do Sindicato de Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil, Agricultura, Florestas, Serviços Marítimo e Portuário (SIACSA). O responsável sindical falava aos jornalistas em frente ao Comando dos Bombeiros.

“Se não tivermos uma resposta por parte da Câmara Municipal e se não nos chamarem para um encontro até final de Julho, vamos agendar uma reunião com os bombeiros e marcar um pré-aviso de greve para os dias do festival da Baía das Gatas”. O presidente da Câmara Municipal tem que respeitar o sindicato, tem que respeitar os soldados da paz”, diz.

Enquanto isso, o SIACSA diz que está a trabalhar num processo judicial que deve dar entrada no tribunal ainda durante este mês.

Os bombeiros reivindicam a contratação de pelo menos mais 12 profissionais para aliviar a pressão sobre os actuais seis elementos. Milton Lima, efectivo da corporação e delegado sindical, diz que o número de soldados da paz é insuficiente pela demanda da ilha.

“A situação laboral aqui é precária. Somos seis efectivos e o nosso estatuto diz que municípios como São Vicente, Praia e Sal devem ter, no mínimo, 30. Daí que a nossa situação é precária. Temos uma carga de trabalho exagerada”, diz.

Aquilo que era para ser uma manifestação dos seis bombeiros efectivos da corporação acabou por ser uma concentração que contou apenas com um efectivo da corporação, dois na pré-reforma e dois elementos da direcção do sindicato.

João Pinto, de 63 anos de idade, 38 dos quais ao serviço da corporação dos Bombeiros de São Vicente, deu voz à situação de um grupo de seis companheiros que estão em casa há quase quatro anos à espera da reforma. Denunciam um desconto de quase 30 contos no seu salário mensal.

“Estamos numa situação pouco digna. Hum homem com 63 anos de idade estar ainda com a sua reforma standby. Não conseguimos ir para fora fazer um tratamento porque ainda não temos uma reforma digna. Já tenho vergonha de estar sempre a fazer essa reivindicação. Mas eu, até o último dia de terra, tenho que me juntar aos meus colegas. Tenho amor á classe”, diz.

A corporação dos Bombeiros de São Vicente é constituída por seis efectivos e mais de uma dezena de voluntários.

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,8 jul 2024 14:23

Editado porAndre Amaral  em  22 nov 2024 23:26

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