Em conferência de imprensa na Praia sobre uma possível integração de Cabo Verde à NATO, o presidente do partido, Rui Semedo, recomendou que o País se organize para dar resposta à situação que engloba deportação em massa de cabo-verdianos indocumentados dos EUA.
Esta resposta baseia-se, segundo este político, na criação de todas as condições para que os deportados tenham apoio necessário como o acesso a mecanismos que permitem que sejam cobertos por advogados e defendam a legalidade e o seu direito.
Para este momento, salientou que o País deve se informar melhor da situação, ter contactos necessários com as entidades americanas e ter uma organização que permita a recepção, acolhimento, seguimento e apoio destes imigrantes.
“É uma questão de deportação alargada que exige cuidados especiais mesmo que o Governo tenha tido antes cuidados para receber os deportados, neste momento haverá que ter preocupações especiais porque é uma nova situação”, disse, reiterando a necessidade de se saber a dimensão e o número dos que estarão a ser ameaçados de expulsão.
Sobre a suspensão das ajudas externas dos Estados Unidos, mais concretamente do pacote Millennium Challenge Corporation (MCC), disse esperar que a negociação seja retomada e que Cabo Verde não seja retirado da lista dos beneficiados da cooperação.
“Nós enquanto partido fazemos os votos para que a questão seja restabelecida e que Cabo Verde beneficie deste importante financiamento”, corroborou, avançando que o Governo deverá utilizar todos os meios de influência e negociação para que continue a ter acesso a este meio de financiamento.
O novo presidente Donald Trump, empossado no dia 20 de Janeiro, concedeu poder a agentes de imigração para também “deportar rapidamente” imigrantes beneficiados por programas de asilo do Governo anterior.
Segundo o Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos, na quinta-feira, 23, um total de 538 estrangeiros foram presos e 373 foram colocados sob detenção nas primeiras acções após decreto de Trump.
O republicano estabeleceu a meta de acelerar as deportações, chegando a um milhão por ano, considerado o dobro do máximo de deportações realizadas em um único ano nas últimas décadas, segundo dados do Departamento de Segurança dos Estados Unidos da América.