A decisão foi comunicada pelo Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, através de uma publicação na sua página de Facebook, após uma visita à localidade.
“Já estamos a mobilizar, por isso é que nós declaramos o estado de calamidade, para acionarmos o Fundo Nacional de Emergência, que é um fundo nacional, mas, ao mesmo tempo, já estamos em contacto com instituições internacionais, como a União Europeia, o Banco Mundial, a própria FIFA, que já se disponibilizou a dar apoio não só na reconstrução de alguma infraestrutura desportiva, mas também apoio humanitário, e vamos desenvolvendo aqui boas parcerias. Mas o essencial é ter uma programação e agir de imediato, é isso que nós estamos a fazer e com prioridade, como eu disse, nas pessoas”, afirmou em declarações à comunicação social.
“Como foi decidido pelo Governo, vamos intervir de imediato porque muitas destas famílias precisam ter o mínimo para garantirem a sua subsistência, e fazer com que elas possam reconstruir as suas vidas”, acrescentaria, depois, o chefe do Executivo
Entre as primeiras medidas, o Governo pretende garantir habitação condigna para quem vive em situação de precariedade, com risco para a própria vida, e recuperar infra-estruturas destruídas, incluindo estradas e vias de acesso.
Para coordenar a resposta, segundo o chefe do Executivo, já foi criado um gabinete de crise com representantes dos ministérios das Infraestruturas, Inclusão e Proteção Social e da Saúde.
A actuação tem como foco tanto a reparação de danos materiais como o apoio psicológico às pessoas afetadas.
“Sim, temos já, a nível do Governo, os membros do Governo relacionados com toda esta situação problemática, através da área de Infraestruturas, a área que tem a ver com a Inclusão e Proteção Social, incluindo a área da Saúde, porque é preciso dar também a proteção e acompanhamento psicológico. Tudo isto está montado para podermos dar uma resposta efetiva: primeiro, às pessoas; segundo, às infraestruturas; e fazer a retoma da vida e reconstruir São Vicente. Porque isto foi muito forte, é preciso estar no terreno para podermos constatar, de facto, o alcance e todo o impacto desta destruição”, assegurou.
Ulisses Correia e Silva sublinhou que o Gabinete de Crise terá como missão dar atenção, acompanhamento e respostas efectivas para minimizar os efeitos da calamidade.
Segundo Ulisses Correia e Silva, o levantamento dos prejuízos está a ser feito em articulação com a Câmara Municipal de São Vicente, “com o objetivo de assegurar rendimento mínimo, garantir o acesso a alimentação e cuidados de saúde, e permitir que as crianças retomem as aulas no arranque do ano lectivo”.
Questionado sobre a falta de aviso prévio do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG), que alegou não ter equipamentos para prever o fenómeno, Ulisses Correia e Silva evitou atribuir responsabilidades “sem informações concretas”.
O Governo decretou o estado de calamidade em São Vicente e Santo Antão, as duas ilhas mais atingidas pela tempestade. Até agora, foram registadas oito mortes e há pessoas ainda desaparecidas, enquanto prosseguem as buscas e os trabalhos de assistência.
No final da visita, o Primeiro-Ministro reuniu com a Câmara Municipal de São Vicente para traçar estratégias e estabelecer prioridades, colocando as pessoas e as famílias.