“Eu penso que a carga fiscal em Cabo Verde é elevada. Partindo da ideia de que tudo pode ser reavaliado, não creio que seja uma invenção se ppoder pensar que as medidas fiscais podem ser diferenciadas em função do desenvolvimento, das necessidades e das especificidades das ilhas”, avançou Jorge Carlos Fonseca.
O Presidente da Republica fez essas declarações durante um encontro com os empresários de Santo Antão, que se realizou na cidade do Porto Novo, em que a excessiva carga fiscal em Cabo Verde foi uma das preocupações levantadas
Para Jorge Carlos Fonseca, “não seria num sacrilégio” pensar que, por exemplo, para Santo Antão, Brava ou São Nicolau, ilhas com menos possibilidades de crescimento nesta altura, pudesse haver “medidas fiscais diferenciadas” para potenciar as economias dessas regiões, para poder competir com o resto do país.
Segundo o Chefe de Estado, há países onde isso se faz, pelo que são “opções que devem ser pensadas”, tendo, por isso, exortando os presidentes das câmaras de Santo Antão a discutirem com o governo sobre a possibilidade de haver “medidas de discriminação positiva” em matéria da politica fiscal para esta ilha.
Além dos elevados impostos, os operadores económicos santantonenses queixam-se da concorrência desleal e pediram o reforço da fiscalização da produção do grogue, bem como o levantamento embargo imposto aos produtos agrícolas de Santo Antão.
Dificuldades no acesso ao financiamento e burocracia excessiva na administração pública, bem como o problema dos transportes inter-ilhas, o desencravamento das localidades com potencial económico e a aposta na transformação de produtos agrícolas foram outras questões abordadas pelos empresários.
Jorge Carlos Fonseca, nesta deslocação de um dia a Porto Novo, visitou algumas empresas locais e o projecto sobre agricultura urbana da Ribeira de Corujinha, que abarca 20 famílias.