O chefe de Estado, que falava aos jornalistas, na Cidade da Praia, depois de presidir à abertura do fórum “Diálogo e reflexão sobre o 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, disse que Cabo Verde já alcançou “níveis satisfatórios” em alguns aspectos.
“Podemos dizer que em Cabo Verde estamos num nível muito razoável de afirmação de respeito e de promoção dos direitos humanos, sendo que vivemos num país em que a constituição, as leis e as normas fazem afirmação de todos os direitos, mas naturalmente não poderemos estar satisfeitos com o nível de realização desses direitos”, sublinhou, frisando que, apesar dos avanços, é preciso ter “mais ambição”.
Por outro lado, chamou a atenção para o facto de em Cabo Verde haver uma “acentuada desigualdade social”, em que os níveis de desenvolvimento e de progresso são “muito insatisfatórios e irrazoáveis” entre as ilhas e regiões do País.
“Esses direitos não chegaram da mesma forma às diferentes regiões do país, se compararmos a Praia, com a Brava, Picos, Mosteiros ou São Nicolau, apercebemo-nos de diferenças muito significativas”, constatou o Presidente da República.
Na sua mensagem, Jorge Carlos Fonseca referiu-se à importância da Declaração Universal dos Direitos Humanos, sobretudo do direito à vida, à liberdade e segurança social.
Participaram no encontro alunos do 11º e 12º ano de escolaridade da ilha de Santiago, Comissão Nacional dos Direitos Humanos e Cidadania (CNDHC), Nações Unidas e associações comunitárias que têm trabalhado com enfoque na promoção dos direitos humanos.
O evento enquadra-se no âmbito das actividades comemorativas do 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinalado a 10 de Dezembro.