A necessidade de reposição das ligações directas da Cabo Verde Airlines entre São Vicente e o estrangeiro contínua na ordem do dia e, na semana passada, esteve no topo da agenda mediática e política, tendo o primeiro-ministro afirmado que a retoma dos voos internacionais da TACV, a partir de São Vicente, não é uma decisão administrativa ou política do Governo.
Augusto Neves lembra que a TACV é uma empresa do Estado e que como tal o serviço público deve ser garantido.
“A TACV é uma empresa do estado e por isso as decisões são politicas, porque na hora de pagar as dívidas da má gestão, as decisões têm sido sempre politicas e quem paga é o povo dessas ilhas, através do orçamento do estado. Continuamos a pedir os 4 voos semanais para São Vicente-Lisboa, porque se para outras companhias com 5 ou 6 voos semanais é rentável, para os TACV também tem de ser rentável”, afirma.
Em Outubro, o presidente da câmara de São Vicente já tinha exigido ao Governo os mesmos quatro voos semanais da TACV (Cabo Verde Airlines) São Vicente-Lisboa, recentemente anunciados no percurso Praia-Lisboa.
Augusto Neves afirma que o mesmo milagre que tornou os voos Praia-Lisboa rentáveis também deve ser realizado em São Vicente
“Todos os cabo-verdianos sabem que a TACV sempre foi uma empresa problema e deficitária e tem custado muito ao estado e ao povo dessas ilhas. A gestão foi sempre feita da Praia, nos sucessivos governos, e com inúmeros voos Praia-Lisboa. Mas se não foi viável antes com os voos da Praia, que milagre fez este novo conselho de administração a ponto de convencer o governo que, agora sim, os voos Praia-Lisboa vão ser rentáveis. Deve existir outro milagre que diga que os 4 voos São Vicente-Lisboa também serão rentáveis”, defende.
Neves aponta o dedo aos sucessivos governos pelo estado da companhia aérea nacional e acusa-os de resolver os problemas da transportadora aérea apenas pela troca de conselhos de administração, sem assacar as devidas responsabilidades.
O fim da operação da TACV para São Vicente aconteceu em Setembro de 2017, por decisão da nova gestão da empresa. A retoma dos voos, tal como acontecia até Setembro de 2017, tem sido uma exigência, nomeadamente, dos operadores económicos, os mais afectados pela medida.