A posição foi defendida, ao final da tarde desta terça-feira, pelo presidente da Assembleia Nacional, durante o seu discurso na sessão solene do dia do município de São Vicente, assinalado ontem.
“Estou convencido que o desenvolvimento da economia marítima, o equacionamento da problemática dos transportes aéreos e marítimos, aliado a um incremento de um turismo de alto valor acrescentado poderão alavancar a economia de São Vicente, com impacto decisivo no crescimento de emprego, redução da pobreza e na melhoria progressiva da qualidade de vida da sua gente. A conectividade para unificar o mercado nacional e reforçar a sua ligação com o exterior através de transportes aéreos e marítimos eficientes é uma grande prioridade para o desenvolvimento de Cabo Verde e de São Vicente”, defende.
Na ocasião, Jorge Santos realçou o potencial de São Vicente e pediu que os investimentos privados sejam acarinhados e acompanhados do necessário engajamento dos poderes local e central, permitindo consolidar o sector da indústria. Aqui, mais uma vez, o sector dos transportes tem um grande peso. O chefe da casa parlamentar sabe disso e acredita que as medidas governativas em curso vão permitir solucionar o problema, nomeadamente com a ligação aérea entre Mindelo e Lisboa para desenvolver a região Norte do arquipélago.
“É nesse sentido que nos congratulamos com as reformas em curso e implementadas pelo executivo cabo-verdiano para a privatização dos transportes aéreos, a concessão da gestão dos aeroportos e a concessão de transportes marítimos inter-ilhas. Estou confiante que nesse quadro de reforma, o Governo encontrará as melhores soluções para tornar mais competitivas as ligações aéreas na rota São Vicente/Lisboa/São Vicente, criando mais alternativas de ofertas de voos importantes para o desenvolvimento do turismo e da indústria em São Vicente e nas ilhas do Norte do país”, acredita.
No tocante à economia azul, o presidente da Assembleia Nacional aponta sinais positivos, entre os quais a deslocalização do Ministério da Economia Marítima para São Vicente, a criação da Zona Económica Especial de Economia Marítima na ilha e a construção do Centro Oceanográfico.
No seu discurso, o presidente da Câmara Municipal de São Vicente destacou os investimentos feitos nas diversas áreas. Mas Augusto Neves quer que a ilha do Monte Cara seja um território competitivo a nível de oferta turística.
“Para além das infra-estruturas básicas, acreditamos que o turismo é um pilar que sustentará e reforçará o desenvolvimento sustentável do município. Pretendemos promover São Vicente pela sua dimensão em termos de oferta patrimonial, cultural e histórica, que se associa a paisagem natural, hoteleira, a restauração e os produtos endógenos, possibilitando a criação de um território competitivo em termos de oferta turística tanto a nível interno como a nível internacional”, diz.
Neves lembrou que realidades diferentes exigem soluções diferentes, defendendo que as autarquias, de forma isolada ou em associação, devem ter autonomia política, administrativa e financeira para aplicar as suas competências. Um tema a que o presidente da Assembleia Nacional também fez referência, destacando “as profundas assimetrias regionais” que, na sua óptica, devem ser resolvidas através da descentralização administrativa do Estado, com foco na regionalização do país.
A sessão comemorativa dos 557 do município de São Vicente contou com a presença de várias individualidades, nomeadamente o secretário de Estado Paulo Veiga e os presidentes das Câmaras Municipais do Tarrafal de São Nicolau, do Paul e Porto Novo.