O PAICV disse hoje, no debate com o primeiro-ministro, que não acredita nos números apresentados pelo governo no que respeita a emprego e formação profissional.
“A oposição não só não acredita como não deseja e tem uma realidade que não é a que existe”, disse o primeiro-ministro à saída do debate.
Sendo “impossível, em dois anos, resolver todos os problemas de emprego que o país tem. Mas as medidas que temos adoptado são assertivas e vão no sentido que nós queremos atingir em termos de objectivos”, reforçou Ulisses Correia e Silva.
Recordando que Cabo Verde sai “de um período relativamente longo” de crescimento económico baixo, Ulisses Correia e Silva recordou os números mais recentes do crescimento económico. “Temos vindo a crescer a mais de 4% e as previsões para este ano são de 5,5% e o crescimento é importante para gerar empregos".
Contrariando aquilo que foi afirmado por diversas vezes pelo PAICV durante o debate o primeiro-ministro assegurou que a aposta na formação profissional tem vindo a crescer ao longo dos anos. “A nossa aposta, este ano, é chegar à meta de 5076 beneficiários de formação profissional”.
No debate, Ulisses Correia e Silva fez um balanço das políticas de emprego implementadas por este governo e anunciou que para este ano “as metas são ainda mais ambiciosas”. “Para 2019, prevemos 9 mil empregos, 5 mil estágios profissionais em empresas e na função pública, 576 em formação profissional, 1300 bolsas de estudos, financiamento de estágios profissionais em 318 mil contos e financiamento para subsidiação de jovens em formação profissional em 177 mil contos. Este financiamento irá aumentar com um pacote do Banco Mundial”.
E é nestes números e nos da redução do desemprego jovem que o PAICV não acredita.
À saída do debate a presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, disse que “para saber como está o país, basta ir à rua e falar com os jovens para ver se essas oportunidades de que o primeiro-ministro está a falar são ou não falsos”.
Na perspectiva do PAICV o governo tem falhado em apresentar políticas novas. “O país precisa de reformas estruturais. Veja que o ranking de Doing Business já nos coloca na posição 131 e continuamos a cair”, apontou Janira Hopffer Almada.
Um dos problemas que mais afecta as empresas nacionais é o acesso ao financiamento, “e esse problema não está a ser resolvido”.
Quanto à descida do desemprego anunciada pelo governo, a presidente do maior partido da oposição contraria esta visão e assegura que “Cabo Verde é o único país do mundo onde a taxa de desemprego reduz mas aumenta o número de desempregados. Temos mais seis mil desempregados em Cabo Verde”.