Diferentes visões e pouco entendimento no debate mensal com o primeiro-ministro

PorExpresso das Ilhas,27 fev 2019 17:41

Governo e MpD de um lado. PAICV e UCID do outro. O debate da Assembleia Nacional serviu para mostrar que são muitas as clivagens entre situação e oposição.

À saída do debate, entrevistado no canal da Assembleia Nacional, o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva respondeu a Janira Hopffer Almada que, na parte da manhã, tinha dito que o governo tinha anunciado políticas de esquerda durante a campanha para depois governar à direita, dizendo que o seu governo "está a fazer uma política para Cabo Verde. Nós nunca estivemos à esquerda ou à direita. Não é isso o mais importante. O que importa é termos um programa alinhado com aquilo que os cabo-verdianos precisam que é desenvolvimento sustentável, crescimento económico mais inclusivo".

Quanto ao investimento de 7,1 milhões de contos colocados ao dispor de políticas sociais o primeiro-ministro explicou que se trata de uma "média de 2016 a 2018 que têm a ver com isenção de propinas escolares, pensões, evacuações médicas, encargos com a saúde e com restituições do IRPS às famílias". Também o PRRA foi tema neste debate com o primeiro-ministro com os deputados da oposição a pedirem esclarecimentos ao governo. Ulisses Correia e Silva entende que este é "um programa que foi concebido com a participação dos municípios, em segundo lugar está publicado no Boletim Oficial com regras definidas e montantes distribuídos". Para a presidente do PAICV o debate de hoje demonstrou "a incapacidade do governo para dar resposta às questões sociais não precisa ser confirmada no Parlamento. Basta sair para as ruas para constatarmos a desilusão e, sobretudo, a falta de respostas do governo em medidas de políticas". Janira Hopffer Almada garantiu que é "impossível haver aumento de rendimento das famílias" quando, depois de quatro Orçamentos dos Estado "houve só um aumento salarial e para apenas 8% dos funcionários públicos". "Quando falamos dos jovens basta ver que, não obstante a propalada redução do desemprego, Cabo Verde tem a mais 6 mil pessoas desempregadas. Devemos ser o único país do mundo onde a taxa de desemprego diminui mas o número de desempregados aumenta", acrescentou ainda a líder do maior partido da oposição. João Santos Luís, deputado da UCID, deu eco às queixas que o presidente do seu partido apresentara durante a manhã quanto à distribuição de tempos para este debate. "Não se justifica que quem propõe o debate tenha apenas 10 minutos. Todas as bancadas sabem que não faz sentido. A forma como está formatado o Regimento da Assembleia Nacional e os Grupos Parlamentares fica difícil" alterar a situação, defendeu. Quanto ao debate, o deputado garantiu que, depois das visitas "feitas no terreno, há ainda muita coisa para fazer no país. Deparámo-nos com pessoas a dormir ao relento." No entanto, as clivagens entre o MpD e o PAICV, segundo defendeu João Santos Luís, não deixaram que "o primeiro-ministro apresentasse as soluções que tem para o país nesta matéria". "Estamos muito preocupados com o estado do país nesta matéria", disse ainda o deputado da UCID. Pelo MpD, Miguel Monteiro, secretário-geral do partido, defendeu que o debate foi "altamente esclarecedor". Para o deputado do MpD, o partido liderado por Janira Hopffer Almada está a atravessar uma fase de "desorientamento total". "Este debate foi elucidatvo porque, ao contrário daquilo que a presidente do PAICV disse, nós não estivemos aqui para trazer novidades. Aqui não é trazer novidades, aqui é cumprir o programa e isso está a ser feito", garantiu Miguel Monteiro.
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Autoria:Expresso das Ilhas,27 fev 2019 17:41

Editado porAndre Amaral  em  19 nov 2019 23:21

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