O parlamentar do partido no poder garante que o Governo está sensível a essa questão.
“[No plano geral] Há neste momento uma situação razoável. É satisfatório, de facto, o serviço que presta. Essa resposta não é satisfatória para São Vicente, e nisso nós temos que assumir. Já tivemos várias reuniões com o conselho de administração da TACV, com todos os membros do Governo responsáveis por essa matéria. Há uma sensibilidade do Governo. Não é que o Governo não quer que haja voos de São Vicente para Lisboa, espero que as pessoas de São Vicente não pensem isso, e se alguém pensa nesse sentido está errado”, diz.
O fim da operação da TACV para São Vicente aconteceu em Setembro de 2017, por decisão da nova gestão da empresa. A retoma dos voos tem sido uma exigência, nomeadamente, dos operadores económicos, os mais afectados pela medida, bem como da sociedade civil.
Os preços praticados pela TAP têm sido alvo de críticas. João Gomes passou por isso e garante que a retoma dos voos para o Aeroporto Internacional Cesária Évora faz parte das negociações no âmbito da privatização da Cabo Verde Airlines.
“O que eu posso dizer é que está a ser trabalhada, neste momento, no âmbito da privatização, a extensão das actividades da empresa ao aeroporto de São Vicente”, assegura.
“No dia 9 de Janeiro tive necessidade de me deslocar a Lisboa, por razões de saúde, e nesse dia um bilhete de passagem na TAP - São Vicente-Lisboa - custava 113 contos. Graças a Deus até podia pagar a passagem, mas não o fiz, até por uma questão de revolta, e por ser uma situação com o qual eu não concordo. Meti-me num avião da Binter CV, fui para o Sal, apanhei um avião e fui para Lisboa. Uma viagem que ficou à volta de 70 contos, nos dois trajectos. Isto para dizer que nós aqui em São Vicente estamos a ser prejudicados com essa situação”, conta.
Panorama 3.0 #98 - Entrevista ao deputado do MpD, João Gomes
Podcast do programa de grande informação da Rádio Morabeza. Episódio de 08 de Fevereiro de 2019
O deputado nacional da maioria reafirma que o executivo encontrou a TACV tecnicamente falida e que as medidas que tomou foram no sentido de tentar salvar a empresa. Por isso, pede compreensão.
“É uma situação que o Governo quer resolver, mas pedimos compreensão às pessoas. A situação a que a TACV chegou, tinham que ser tomadas medidas concretas e duras, sob pena de a empresa desaparecer para sempre”, justifica.
Recorde-se que a Icelandair entregou, em Novembro do ano passado, uma proposta final e vinculativa para a aquisição de 51% do capital social da Cabo Verde Airlines.