Quem o diz é o presidente da autarquia mindelense, Augusto Neves, que promete trabalhar para ultrapassar o problema.
“Muitas vezes por transporte de combustível, por atraso na extracção e colocação da areia na superfície, muitas vezes são problemas nos camiões para colocar a areia lá em cima à disposição dos camionistas, evitando acidentes. Mas nós iremos ultrapassar isso, porque o preço [por m3] é simbólico e serve mais para disciplinar”, explica.
As declarações do presidente da Câmara Municipal de São Vicente foram proferidas hoje, em conferência de imprensa, em reacção às denúncias sobre “a pouca quantidade e má qualidade” da areia disponibilizadas aos camionistas, feitas segunda-feira pela UCID.
Para Augusto Neves, a questão da qualidade não se põe.
“A areia colocada que está cá em cima é a mesma, porque é apanhada lá em baixo, para evitar a extracção desenfreada que existia e que causou muitos mortos. O trabalho que as empresas fazem para as empresas, a Câmara faz para os camionistas e coloca a mesma areia, em segurança, na superfície”, diz.
A máquina presente no local da extracção, segundo o edil mindelense, pertence ao Ministério da Agricultura e Ambiente e é operada pela delegação de São Vicente. No que diz respeito à venda de senhas, Neves explica que as pessoas compram para aquilo de que necessitam, mas que a Câmara tem de controlar.
“As pessoas compram senhas de acordo com aquilo que vão fazer. Nós evitamos a venda de muitas senhas, para não permitir o armazenamento. Mas neste momento é uma questão que não se coloca, há areia à vontade. O que temos de fazer é evitar a ruptura”, esclarece.
Augusto nega, por outro lado, qualquer alegada concorrência desleal entre as empresas de construção e os camionistas.
Em Agosto do ano passado, a Câmara Municipal de São Vicente passou a vender a areia extraída no Lazareto. A medida foi apresentada pelas autoridades como resposta aos muitos acidentes que têm acontecido no local. Nesta nova modalidade, a areia passou a ser extraída por máquinas e disponibilizada aos camionistas, mediante a aquisição de uma senha, no valor de 400 escudos por m3.