O presidente do partido, António Monteiro, pede, entre outras medidas, a liberalização das senhas por parte da autarquia.
“A UCID pede para que a Câmara liberalize a venda de senhas para minimizar as dificuldades que infelizmente os camionistas têm tido, e os expedientes que têm de dar para conseguirem as senhas. A segunda questão é a quantidade de areia que é necessária. O que as pessoas nos dizem é que, precisando de 3, 4, 5 ou 6 camiões de areia, para cobertura das casas, não conseguem ter esta quantidade, porquanto a pessoa que tem esta responsabilidade de acumular areia nesta zona não o faz. Faz de forma temporária e muitas vezes as pessoas são obrigadas a recolher areia de péssima qualidade para vender”, afirma.
O líder dos democratas cristãos afirma que sem areia extraída através de maquinaria, os camionistas e ajudantes são obrigados a recolher inerte de “péssima qualidade”, rejeitado pelos profissionais de construção civil.
A verdade é que há uma máquina no local, mas hoje de manhã não estava operacional.
António Monteiro pede a actuação das autoridades locais e centrais para resolver o problema.
“Chamamos a atenção para o facto de estar aqui um equipamento do Estado, uma doação do Governo japonês, que deveria estar, consoante um plano de lavra, a fazer a extracção de areia, mas não o faz. Daí que queremos chamar a atenção do Governo e do Ministério do Ambiente para reanalisar essa situação e poder colocar esta máquina de forma definitiva aqui na zona do Lazareto, para que se faça o plano de lavra, para que a areia seja de qualidade e em quantidade necessária”, apela.
António Soares, um dos camionistas, descreve um cenário complicado.
“A nossa situação é complicada. Estou aqui desde as 8 horas e não há areia para apanhar. Não há areia porque a máquina está parada e não sabemos a quem pertence. Um membro da Câmara Municipal esteve aqui e disse-nos que paga 10 contos por hora para extrair areia, mas que não compensa”, diz.
Em Agosto do ano passado, a Câmara Municipal de São Vicente passou a vender a areia extraída no Lazareto. A medida foi apresentada pelas autoridades como resposta aos muitos acidentes que têm acontecido no local. Nesta nova modalidade, a areia passou a ser extraída por máquinas e disponibilizada aos camionistas, mediante a aquisição de uma senha no valor de 400 escudos por m3.
Em conferência de imprensa, hoje, no Lazareto, a UCID defendeu que a própria Câmara deve assumir a gestão da extracção.