UCID fala em retrocesso no sistema de transportes marítimos

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,30 ago 2019 12:47

António Monteiro
António Monteiro(Rádio Morabeza)

A UCID considera que o país retrocedeu em matéria de transportes marítimos. Para o líder do partido, o regime de monopólio está a condicionar a política do sector no país e pede ao Governo para repensar a estratégia para não ser o povo a pagar pelas suas más políticas.

António Monteiro, que falava hoje em conferência de imprensa diz, em conferência de imprensa proferida hoje em São Vicente, que o prometido não está a ser cumprido e cita como exemplo os preços das passagens no trajecto Santo Antão/São Vicente.

“Por aquilo que constatamos, e por aquilo que ontem vimos fixado na empresa, os bilhetes irão passar de 800 escudos para 1200 e 1300, dependendo ser for um nacional ou um estrangeiro. A UCID considera que o aumento de mais de 50% relativamente aos preços de passagem no trajecto São Vicente/Santo Antão e vice-versa é um absurdo e não pode ser a população cabo-verdiana a pagar a factura das más políticas assumidas pelo Governo do MpD”, diz.

“Estamos perante um grande retrocesso relativamente à política dos transportes marítimos”, considera.

A introdução de uma empresa de logística no transporte marítimo de mercadorias é outra questão que preocupa os democratas cristãos. O partido entende que esse tipo de operação deve acontecer apenas nos trajectos mais longos, evitando dificultar a vida aos agricultores.

“Nós entendemos que nos trajectos São Vicente/Santo Antão, Santiago/Fogo, Fogo/Brava, não deverá existir essa empresa de logística. A possível existência dessa empresa de logística irá condicionar as pessoas que, nesta rota, criaram os seus postos de trabalho e estão a desenvolver um nicho de mercado que nós consideramos interessante para o desenvolvimento da política de transporte em Cabo Verde”, entende.

A UCID chama a atenção para aquilo que considera ser o não cumprimento do contrato de concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga. António Monteiro refere-se, nomeadamente, à não entrada, nesta primeira fase, de cinco navios RO-PAX, um dos requisitos exigidos à empresa vencedora. Incumprimento que, na óptica do partido, deveria deitar por terra o contrato.

“A companhia que ganhou deveria apresentar cinco navios RO-PAX, e infelizmente até hoje não apresentou nenhum. Entendemos que essa cláusula deveria ser suficiente para fazer cair este contrato. No entanto, para além desta situação, estamos a ver que a cláusula técnica em que os navios não podem ter a velocidade de menos de 15 nós também não está a ser salvaguardada”, aponta.

O partido apela ao Governo para que providencie um sistema fiável, rápido e que garanta aos operadores um serviço melhor organizado. Por outro lado, defende que todas as ilhas devem ter ligações diárias. 

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,30 ago 2019 12:47

Editado porFretson Rocha  em  22 mai 2020 23:21

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