Para o presidente do partido, o maior protesto de sempre na ilha do Monte Cara, com a participação de milhares de pessoas, foi mais um alerta ao executivo para que adopte medidas urgentes para resolver os problemas das ilhas de São Vicente, Santo Antão e São Nicolau, no que tange aos transportes marítimos e aéreos, e da própria economia. António Monteiro diz que o executivo de Ulisses Correia e Silva não pode fingir que não aconteceu nada.
“Não é a primeira vez que a UCID chama a atenção para esta questão. No ano passado, no discurso de 5 de Julho nós fomos claros nesta mensagem ao Governo: é preciso que o Governo resolva os problemas para que não seja o povo a resolver. E nós temos exemplos neste mundo fora, as pessoas cansam-se. Devemos ir à base, sentar com estas pessoas e discutir aquilo que tem que ser discutido. Agora, não se pode é fazer tábua rasa, fazer orelhas moucas e fingir que é normal, em democracia tudo pode acontecer”, alerta.
Foi a quarta manifestação realizada em São Vicente em três anos, exigindo mais atenção dos poderes públicos, nomeadamente, para as questões sociais e económicas, centralização e transportes. A primeira aconteceu a 5 de Julho de 2017, seguida dos protestos a 13 de Janeiro e 16 de Dezembro de 2018.
Para a UCID, apenas o Governo não está em sintonia com as exigências, o que o partido considera grave.
“Só quem não está em sintonia com os desafios e com as exigências do povo de São Vicente, de Santo Antão e de São Nicolau é o Governo central. E é extremamente grave. Daí que a UCID quer exigir dos governos central e local uma tomada de posição consentânea com a exigência das pessoas”, pede.
António Monteiro entende que a atitude do Governo deve ser de humildade, reconhecendo que ainda há muito por fazer e que os anúncios feitos e sem efeitos prático já não convencem.
“Os sanvicentinos querem acção. É preciso menos anúncios e mais trabalhos concretos no terreno”, entende.
As declarações do partido foram proferidas hoje, em conferência de imprensa, em São Vicente, a propósito da manifestação de 5 de Julho, organizada pelo Movimento Sokols. Os são-vicentinos voltaram a sair à rua para mostrar o seu descontentamento com a falta de políticas do governo para a ilha, sobretudo a nível dos transportes.