A posição deriva da alegada falta de interesse da autarquia mindelense em implementar um projecto de incineração, apresentado em 2016, e já com financiamento garantido por empresários suecos. António Monteiro pede a Augusto Neves e ao Governo abertura para que sejam iniciadas as diligências para solucionar o problema da lixeira.
“Descaso este que está a criar dificuldades ambientais terríveis e problema de saúde pública na ilha de São Vicente. A UCID entende que há uma solução que é a incineração deste lixo para produzirmos cerca de 700 kwh de energia por hora e aproximadamente 300 m3 de água/dia. O apelo que fazemos ao presidente da Câmara e ao próprio Governo é que iniciemos os contactos necessários para darmos à ilha de São Vicente um tratamento de lixo que coadune com as aspirações ambientais dos sanvicentinos”, diz.
A proposta a que a UCID faz referência foi apresentada em 2016, durante a campanha eleitoral e mais tarde, à própria Câmara Municipal. A solução, segundo António Monteiro, passa pela transformação dos resíduos sólidos em energia, para a produção de electricidade e água, num projecto avaliado em 4 milhões de euros.
“Não podemos continuar a assobiar para o lado enquanto centenas de pessoas vivem aqui nesta lixeira. A criação e instalação deste projecto irá permitir que algumas dezenas de pessoas possam trabalhar com rendimento aceitável e com dignidade”, afirma.
António Monteiro recusa a ideia de que um aterro sanitário seja a solução para a lixeira municipal.
“A solução é a inceneração porquanto é uma tecnologia mais barata e nós não temos resíduos extremamente perigosos em Cabo Verde”, entende.
A conferência de imprensa foi feita na lixeira municipal, algo que acontece pela terceira vez nos últimos anos. António Monteiro aproveitou a ocasião para recordar que em 2015 o Governo do PAICV atribuiu uma verba de 8 mil contos para a vedação da lixeira, mas que a mesma “continua completamente abandonada”.