Em conferência de imprensa, hoje, em São Vicente, o presidente dos democratas cristãos, António Monteiro, disse que manter as metas é querer deitar areia nos olhos dos cabo-verdianos.
“Chamamos atenção dizendo que para se atingir este crescimento médio anual de 7%, o Orçamento Geral do Estado de 2020 deveria trazer um crescimento do PIB a volta de 15%. Ao ouvirmos o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças a dizer que ainda é possível atingir o crescimento médio anual de 7% quando se sabe que este orçamento prevê o teto máximo de 5,8% é querer deitar areia ou poeira nos olhos dos cabo-verdianos”, entende.
Também a promessa dos 45 mil postos de trabalho, diz a UCID, continua longe de se cumprir, assim como a redução da taxa de desemprego.
A proposta de Orçamento do Estado, entregue terça-feira, ao presidente da Assembleia Nacional, não prevê qualquer aumento salarial. Para a UCID, o Governo está a dificultar ainda mais a vida dos cabo-verdianos.
“Ao não prever o aumento salarial para 2020 o Governo volta a condenar os funcionários das empresas públicas e privadas, institutos públicos e outras instituições a mais um ano sem o aumento salarial, dificultando ainda mais a vida desses cidadãos, muitos dos quais não têm sentido nos bolsos, há muito tempo, o que é ter mais algum tostão proveniente de actualização salarial”, diz.
O executivo diz que o orçamento aposta nas pessoas. Os democratas cristãos esperam que, com esta afirmação, o documento dê cobertura ao aumento das pensões. António Monteiro deixa claro que esta é uma primeira reacção relativamente ao OE.
“Nós não aprovamos o orçamento de maneira nenhuma. Nós estamos a fazer uma pré-análise porque ainda vamos analisar o documento. Nem sequer já temos o documento. Estamos a basear nos factos apresentados pelo Governo ao apresentar este documento na Assembleia Nacional”, refere.
O Orçamento do Estado para 2020 é de 73 mil milhões de escudos, e prevê um crescimento entre 4,8 e 5,8%, conforme dados apresentados pelo ministro das Finanças. Para o próximo ano económico, o Governo estima uma inflação de 1,3%, défice orçamental de -1,7% e que a taxa de desemprego baixe dos actuais 12% para 11,4%.
A proposta de Orçamento de Estado para 2020 sobe ao Parlamento em Novembro, para ser discutida na generalidade.