O presidente do partido, António Monteiro, não especifica a quem as responsabilidades devem ser assacadas, mas iliba o seu partido de qualquer culpa no desfecho do processo.
“Das 21 propostas que tínhamos, 18 foram absorvidas pelo PAICV. Daí que, neste ponto de vista, nós entendemos que relativamente à UCID não havia nenhuma razão para não termos uma postura construtiva relativamente à regionalização. Outra questão é a incapacidade do MpD em conversar com o PAICV. Cada um assuma a sua responsabilidade política e que posteriormente sejam assacadas estas mesmas responsabilidades”, diz.
A UCID entende que o Governo e o MpD não criaram as mínimas condições para que se pudesse chegar a acordo para aprovação do documento, que exigia maioria qualificada.
António Monteiro entende que é possível que o diploma regresse à Assembleia Nacional ainda nesta legislatura, mas defende que os partidos devem sentar-se à mesa e encontrar as melhores soluções.
“A UCID considera que há, sim, essa possibilidade. A regionalização é fundamental para o país. Nós temos que nos sentar à mesa, desprovidos de qualquer tipo de complexo, e analisar aquilo que faz bem ao país e avançarmos. De outro modo, será um mero teatro que se quis fazer e nada mais do que isso”, posiciona-se.
A proposta do MpD, para criação de regiões administrativas, foi aprovada, na generalidade, no Parlamento, no dia 26 de Outubro de 2018, com votos favoráveis de toda a bancada da maioria, de dois deputados da UCID, e dois do PAICV. Na primeira sessão de Abril, após o chumbo dos artigos 6º e 7º, durante a votação na especialidade, o Governo pediu ao presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, o cancelamento da votação. Com esta decisão fica adiada, sem nova data, a discussão e a votação da legislação que deveria criar 10 regiões administrativas de Cabo Verde.
O Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, já disse que o governo não vai desistir da regionalização, esperando “uma postura diferente” do PAICV quando o diploma regressar ao Parlamento.
Já a presidente do PAICV responsabilizou o MpD e o governo pelo fracasso na votação da regionalização. "Um governo e uma maioria responsáveis dialogam e respeitam a oposição", apontou na última sexta-feira.