Constatação foi feita por João do Carmo, após encontro com a Associação Cabo-verdiana dos Armadores da Marinha Mercante (ACAMM), enquadrado nas jornadas descentralizadas do grupo parlamentar do PAICV, que decorrem em São Vicente.
Segundo o político, cada vez que o PAICV encontra-se com a ACAMM ganha a convicção de que o processo do concurso internacional foi “viciado” e que o Governo “prejudicou claramente” os cabo-verdianos.
João do Carmo lembrou que, em Julho, aquando do debate sobre o estado da Nação, o primeiro-ministro garantiu que a 15 de Agosto Cabo Verde receberia o primeiro barco novo, informação desmentida pelo ministro dos Transportes que avançou que o barco chegaria a 15 de Outubro.
Por isso, pediu aos cabo-verdianos para ficarem atentos porque o PAICV “tem todas as informações” de que “não vai chegar nenhum navio no dia 15” e que os problemas dos transportes marítimos “vão persistir”.
“Cabo Verde está claramente prejudicado. Há neste momento alguma priorização para o transporte de passageiros e o transporte de carga está muito aquém daquilo que era o caderno e encargos. Há ilhas como Sal e São Nicolau em que as mercadorias não estão a ser transportadas”, criticou o político, para quem o estado de espírito dos armadores da ACAMM o é de “desânimo”.
A mesma fonte contestou o facto de existir apenas um barco a operar no trajecto Santo Antão- São Vicente, o que, no seu entender, “coloca a linha em risco”, porque se acontecer alguma avaria não há nenhuma alternativa de reposição do navio no dia seguinte.
Para o deputado, a principal conclusão do grupo parlamentar do PAICV é que caso a concessão fosse dada aos armadores nacionais e caso fosse dada a garantia de algum recurso financeiro, tal como acontece com a nova empresa, os próprios resolveriam o problema dos transportes marítimos em Cabo Verde.